A edição de hoje
Decisão determina multa de aproximadamente 345 euros por cada dia que o presidente não cumprir medida.
Uma determinação da justiça federal de Brasília, a capital federal do Brasil, divulgada esta terça-feira, obriga o presidente Jair Bolsonaro a usar a partir de hoje máscara contra o coronavírus. Bolsonaro, que nega a gravidade da pandemia, tem-se recusado a usar máscara na maior parte das vezes em que participa em atos públicos, e, nas poucas ocasiões em que a usou inicialmente, depois tirou-a ou baixou-a para o queixo.
Pela decisão, tomada em resposta a uma ação popular, o presidente brasileiro é obrigado a partir desta terça a usar a proteção em espaços públicos, vias públicas, estabelecimentos comerciais, industriais ou de serviços, e em transportes, se vier a usar algum. Na decisão, a justiça federal assinala que Bolsonaro tem reiteradamente desafiado as regras da cidade-estado de Brasília, onde o uso de máscara é obrigatório desde o início de Maio, dando um mau exemplo que pode levar cidadãos a também descumprirem a orientação dos especialistas e pondo vidas em risco.
Violando repetidamente as medidas de quarentena impostas pelo governador de Brasília, Ibaneis Rocha, Jair Bolsonaro tem feito inúmeros passeios pela capital federal e outras cidades da região, entrado e até comido em bares, o que é proibido, e abraçado e beijado simpatizantes sem o uso de qualquer proteção. Em pelo menos duas vezes, Bolsonaro chegou a apertar a mão de idosos, que fazem parte do grupo de risco, depois de ter usado essa mesma mão para limpar o nariz, uma prática anti-higiénica que repete até em cerimónias oficiais.
A decisão judicial determina ainda uma multa de aproximadamente 345 euros por dia para cada dia que o presidente não usar máscara em público, e que o governo que ele preside obrigue todos os seus funcionários a também usarem a proteção facial. Além de decisões semelhantes adotadas em vários estados, o Congresso aprovou no mês passado uma lei que tornou obrigatório o uso de máscaras em todo o território brasileiro, mas Bolsonaro, que não concorda, tem-se recusado até hoje a promulgar esse decreto legislativo.
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