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Kim Jong-un reconstrói instalação de mísseis

Obras terão começado antes da cimeira falhada com Donald Trump no Vietname.

07 de março de 2019 às 08:57

A Coreia do Norte recomeçou a construir um local de lançamento de satélites e de mísseis que o líder do país, Kim Jong-un, tinha prometido desmantelar durante a cimeira de junho de 2018 com o presidente dos EUA, Donald Trump. Imagens de satélite revelam que as obras terão começado antes da segunda cimeira fracassada entre os dois líderes do final de fevereiro, em Hanói, no Vietname.

A revelação vem pôr em causa a versão de Trump de que, apesar de não ter sido um sucesso, a segunda cimeira permitiu avanços importantes. Fica também em questão a sua garantia de que os testes nucleares e de mísseis da Coreia do Norte continuariam suspensos.

O facto de as obras na estação de lançamento de Sohae (em Tongchang-ri) estarem em curso antes da cimeira de Hanói revela um recuo de Jong-un que ameaça destruir a reaproximação entre os EUA e a Coreia do Norte, principal feito de política externa de Trump, pelo qual chegou a falar-se de uma candidatura ao Nobel da Paz.

Nas imagens de satélite obtidas pela espionagem da Coreia do Sul e divulgadas por sites de investigação são visíveis obras numa estrutura móvel para transportar foguetões para a plataforma de lançamento, que foi também alvo de obras.

"As instalações estiveram desativadas desde agosto de 2018, o que indica que a atividade atual foi deliberada", considerou o site The Beyond Parallel, um dos que publicou as imagens. Peritos na Coreia do Norte como Ankit Panda, da Federação de Cientistas Americanos, reforçam esta ideia e consideram que a reconstrução pretendeu avisar Washington de que "há muito a perder se o processo [diplomático] ruir".

O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, tinha já alertado que o não desarmamento implicará "que as sanções ao regime serão agravadas".

PORMENORES

Pior colheita em dez anos

A Coreia do Norte teve, em 2018, a pior colheita em dez anos, agravando a situação de fome no país. Estima-se que 43% da população - 10,9 milhões de pessoas - precise de ajuda humanitária, mais 600 mil do que no ano transato.

Atividade nuclear

O principal centro de investigação e produção nuclear da Coreia do Norte, em Yongbyon, não está operacional desde o ano passado, refere um relatório da ONU. O centro de testes nucleares de Punggye-ri também está inativo desde que foi destruído, em maio de 2018.

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