page view

Líder de governo de Valência reconhece falhas um ano após cheias que mataram 229 pessoas

Morreram ainda sete pessoas em Castela-La Mancha e uma na Andaluzia por causa do temporal de 29 de outubro de 2024.

29 de outubro de 2025 às 12:04
A carregar o vídeo ...

O presidente do governo autonómico da região espanhola de Valência, Carlos Mazón, reconheceu esta quarta-feira que "houve coisas que deveriam ter funcionado melhor" há um ano, na resposta às inundações que mataram 229 pessoas.

"Houve coisas que deveriam ter funcionado melhor", disse Carlos Mazón, que no último ano se transformou no maior alvo das críticas e protestos das populações por causa da gestão do temporal e das inundações que em 29 de outubro de 2024 mataram 229 pessoas na região autónoma da Comunidade Valenciana (leste de Espanha).

Morreram ainda sete pessoas em Castela-La Mancha e uma na Andaluzia por causa do temporal de 29 de outubro de 2024.

"Tentámos fazer o melhor numa circunstância inimaginável mas em muitos casos não foi suficiente e hoje temos de o reconhecer", disse esta quarta-feira Carlos Mazón, do Partido Popular (PP, direita), numa declaração na sede do governo valenciano, após uma reunião extraordinária do conselho do executivo autonómico a propósito do primeiro aniversário das inundações.

O governo regional aprovou a declaração de 29 de outubro como "día da memória das vítimas da dana", como é conhecido o temporal de há um ano. Esta data será também a partir de agora, anualmente, dia de luto oficial na Comunidade Valenciana.

Mazón considerou que esta quarta-feira  "não é um dia para o confronto" mas defendeu uma reflexão sobre "o desamparo que sentiram tantos valencianos" há um ano, perante "uma tragédia incomensurável" que foi o "momento mais difícil" já vivido na Comunidade Valenciana.

Também o primeiro-ministro de Espanha, o socialista Pedro Sánchez, considerou que "hoje não é dia" para a batalha política, mas de homenagem às vítimas das inundações.

"Hoje é um dia muito duro para os familiares das vítimas, é um dia muito duro para as pessoas que perderam tudo e que estão a reconstruir as suas vidas", disse Pedro Sánchez.

O primeiro-ministro falava num debate no parlamento espanhol, em Madrid, depois de questionado pelo líder da oposição, Alberto Núñez Feijóo (PP), sobre a audição de Sánchez numa comissão de inquérito do Senado sobre suspeitas de corrupção no Governo e no partido socialista (PSOE) prevista para quinta-feira.

"Hoje é o dia para a empatia, para a memória das vítimas, para o compromisso com a Comunidade Valenciana. Já teremos ocasião de falar dessa e de outras questões", disse Sánchez, que lembrou, além das mortos nas inundações, os milhares de voluntários que foram para o terreno nos dias após as cheias e os "trabalhadores públicos" envolvidos na resposta às populações.

Também Feijóo lembrou as vítimas das inundações e a sessão desta quarta-feira do parlamento espanhol arrancou com um minuto de silêncio em homenagem aos mortos e afetados pelas cheias de há um ano.

Espanha vai homenagear esta quarta-feira com um funeral de Estado em Valência as 237 pessoas que morreram nas inundações, uma tragédia que continua a ser investigada pela justiça e em três comissões parlamentares.

Familiares de vítimas pediram nas últimas semanas a Carlos Mazón para não ir ao funeral de Estado previsto para as 18:00 locais (17:00 em Lisboa), para o Museu das Ciências de Valência.

No "funeral de Estado para homenagear as vítimas da DANA" estarão as máximas autoridades de Espanha, incluindo os Reis, Felipe VI e Letizia, e Pedro Sánchez, assim como familiares dos mortos.

Em 29 de outubro de 2024, uma "gota fria" ou DANA, como é conhecida em Espanha uma "depressão isolada em altos níveis", formou-se no sul da Península Ibérica e gerou chuvas de grande intensidade e concentradas, sobretudo, no interior da região de Valência, invadindo uma das zonas com maior densidade populacional de Espanha.

Segundo o governo autonómico, as cheias causaram danos de pelo menos 17.800 milhões de euros.

A agência nacional de meteorologia de Espanha (Aemet) tinha acionado um aviso vermelho de chuvas desde as 07h00 da manhã para a região de Valência, mas só às 20:11 as populações receberam nos telemóveis um alerta da proteção civil, tutelada pelo governo regional.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8