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Mãe francesa luta na justiça para culpar redes sociais pela morte do filho

Jovem de 15 anos atirou-se de uma ponte. Mãe defende que as redes sociais impulsionaram conteúdos relacionados com o suicídio.

10 de dezembro de 2025 às 16:23

Uma mãe francesa que perdeu um filho de 15 anos, iniciou uma batalha na justiça para responsabilizar as redes sociais pela morte do jovem, alegando que os algoritmos impulsionaram conteúdos que contribuíram para o suicídio de Clément, que se atirou de uma ponte na região noroeste da Bretanha, em 2024.

Em setembro apresentaram uma queixa contra o TikTok e a Meta, entre outras empresas, acusando-as de incitação ao suicídio.

A grande maioria dos vídeos na página "Para Você", do TikTok, onde o algoritmo da plataforma recomenda conteúdo, "incitavam à morte, dizendo-lhe que ele não importava para ninguém", contou a mãe de Clement à AFP.

O conteúdo sobre automutilação "exacerbou" o sofrimento do filho e levou-o a uma "espiral descendente", acrescentou a mãe. "O TikTok sabia que ele não estava bem, o TikTok não fez nada e o TikTok não nos está a ajudar a descobrir a verdade", continuou, acusando a plataforma de omissão.

O filho, ainda de acordo com a mãe, também sofreu 'cyberbullying' no WhatsApp até às últimas horas antes da sua morte. Inclusivamente, nas investigações à morte de Clement, a polícia encontrou uma mensagem num grupo do WhatsApp que mostravam que tinha sido alvo de 'cyberbullying'.

Emmanuelle Pouedras, que tem prevista uma reunião com o presidente francês Emannuel Macron, escreveu uma carta ao governante onde descreveu o seu filho como "mais uma vítima das redes sociais".

A mãe do jovem passou meses a tentar obter dados de várias redes sociais para entender o que levou à morte do filho. Mas recebeu apenas respostas genéricas.

Por isso, a 19 de setembro, apresentou uma queixa na justiça, argumentando que as redes sociais eram palco de uma onda de "múltiplas incitações ao suicídio, acessíveis a menores sem qualquer filtro de proteção".

O TikTok declarou à AFP que "proíbe estritamente conteúdo que retrate ou promova suicídio ou automutilação" e acrscentou que "remove 98% do conteúdo que viola essas regras antes mesmo de ser denunciado". As buscas que contêm termos como "suicídio" são redirecionadas para "uma página com recursos específicos", acrescentou.

Emmanuelle Pouedras contou a sua história à AFP numa altura em que a França pondera restringir o acesso de adolescentes às redes sociais, incluindo uma possível proibição para menores de 16 anos, semelhante à da Austrália.

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