A edição de hoje
Trump vai reunir-se pessoalmente com os líderes da ASEAN após impor tarifas a uma região com economias fortemente orientadas para a exportação.
A Malásia vai receber a cimeira anual de líderes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e dos seus aliados entre domingo e terça-feira, marcada pelo clima de guerra comercial com os Estados Unidos.
Além do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, outros líderes mundiais, como o chefe de Estado brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, deverão participar na 47.ª edição da reunião, que normalmente serve para fortalecer ou forjar alianças e medir a influência na região entre Washington e Pequim.
Depois de um ano marcado por intensas negociações após as tarifas impostas por Trump, que em alguns países do sudeste asiático resultou em acordos comerciais, a guerra comercial será um tema inevitável nas conversações, sobretudo no domingo, quando está programada a sua participação, segundo o calendário dos eventos da ASEAN.
Trump vai reunir-se pessoalmente com os líderes da ASEAN após impor tarifas a uma região com economias fortemente orientadas para a exportação. Para mitigar o impacto, a região optou, em parte, por diversificar e procurar novos parceiros, incluindo na Europa e na América Latina.
As exportações para a China --- o principal parceiro comercial da ASEAN --- aumentaram após as tarifas. Em setembro, registaram um aumento anual de 14,7%, de acordo com a Administração Geral das Alfândegas chinesa.
Entretanto, Pequim pode tentar atualizar o seu acordo de comércio livre com a ASEAN na cimeira de Kuala Lumpur.
O objetivo da ASEAN, cuja presidência rotativa cabe agora à Malásia e que será transferida para as Filipinas no final da reunião em Kuala Lumpur, é acelerar o crescimento económico e o desenvolvimento da região.
O Presidente timorense, José Ramos-Horta, viajou hoje para participar na cimeira da organização, à qual Timor-Leste conclui a adesão no domingo.
A ASEAN foi criada em 1967 pela Indonésia, Singapura, Tailândia, Malásia e Filipinas, e integrada mais tarde pelo Brunei Darussalam, o Camboja, o Laos, o Myanmar e o Vietname.
Com 676,6 milhões de habitantes, a ASEAN é a terceira região mais populosa do mundo, a seguir à Índia e China.
A organização tem um Produto Interno Bruto (PIB) de 3,8 biliões de dólares (cerca de 3,2 biliões de euros), o que a posiciona como a quinta maior economia do mundo, contribuindo com 3,6% para o PIB mundial, referem dados da ASEAN.
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