1.750 imigrantes morreram no Mediterrâneo desde o início deste ano.
Dos 283.000 migrantes que entraram ilegalmente na União Europeia (UE) em 2014, mais de 220.000 chegaram através do mar Mediterrâneo, segundo os dados fornecidos pela Agência Europeia de Gestão das Fronteiras Externas (Frontex).
As fronteiras terrestres foram na década de 2000 o caminho mais utilizado pelos migrantes para entrarem em território europeu, mas, nos últimos anos, a rota marítima do Mediterrâneo tornou-se na maior porta de entrada para a Europa, mas também um cenário de tragédias humanitárias.
Os números relativos às entradas em Itália são prova disso: perto de 171.000 migrantes desembarcaram em território italiano, em 2014.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), 1.750 imigrantes morreram no Mediterrâneo desde o início deste ano, 30 vezes mais do que no mesmo período em 2014.
As principais rotas do Mediterrâneo utilizadas pelos migrantes:
- Rota do Mediterrâneo central:
Esta rota, utilizada pelos fluxos migratórios provenientes do norte de África com destino a Itália e Malta, tornou-se desde 2013 a principal rota da imigração ilegal para a UE.
Provenientes principalmente da África subsaariana e do Médio Oriente (Síria e Iraque em particular), estes migrantes fogem da violência e dos conflitos armados que assolam os respetivos países.
O caos instalado na Líbia transformou este país numa porta de saída para o Mediterrâneo e num local de trânsito para a emigração africana, especialmente para cidadãos do Corno de África e da África Ocidental.
O ano de 2014 terminou com um número recorde de chegadas, 170.800, contra as 40.000 em 2013 e as 64.300 em 2011, no auge da Primavera Árabe (vaga de contestação popular que atravessou vários países do norte de África e do Médio Oriente), de acordo com os números da agência Frontex.
Em janeiro e fevereiro de 2015, as chegadas ilegais ao sul de Itália aumentaram 42% em relação ao mesmo período de 2014, e o diretor executivo da Frontex estimou, no início de março, que 500.000 a um milhão de migrantes poderão chegar à região durante este ano.
- Rota do Mediterrâneo oriental:
Esta rota é utilizada por migrantes que vêm da Turquia e que passam pelos Estados-membros da UE Grécia, sul da Bulgária ou Chipre.
Até 2012, a fronteira terrestre grego-turca, com uma extensão de cerca de 150 quilómetros, era o principal ponto de passagem dos imigrantes em situação irregular que pretendiam chegar à zona comunitária, com quase metade das entradas ilegais detetadas.
Cerca de 55.000 migrantes foram detidos ao longo desta fronteira em 2011. No ano passado, o número de detenções não ultrapassou as 1.900.
Depois do reforço dos controlos fronteiriços e a construção de um muro ao nível do rio Evros (na fronteira terrestre entre a Grécia e a Turquia), os clandestinos começaram a enveredar pela fronteira terrestre búlgara e, sobretudo, pela via marítima Turquia-ilhas gregas do mar Egeu (nomeadamente Lesbos, Samos, Kos e Chios).
Perto de 400 mil migrantes, maioritariamente sírios, foram impedidos no ano passado de entrar na Bulgária, segundo as autoridades locais. Em 2013, o número tinha ficado nos 16.700.
Confrontadas com uma tendência de crescimento, as autoridades de Sófia ergueram, em finais de 2013, uma cerca de arame farpado ao longo de 30 quilómetros da fronteira entre a Bulgária e a Turquia e multiplicaram as patrulhas fronteiriças.
Cerca de 3.200 imigrantes ilegais, o que representa um aumento anual de 60%, terão conseguido entrar no país durante o primeiro trimestre deste ano.
Os atuais esforços europeus para acabar com o drama dos migrantes no Mediterrâneo pode vir aumentar a pressão migratória na Bulgária, o país mais pobre da UE, alertaram as autoridades búlgaras.
Em 2014, cerca de 50.830 imigrantes passaram de forma ilegal por esta rota do Mediterrâneo oriental, o dobro do registado em 2013 (24.800), mas menos em relação aos valores atingidos em 2011 (57.000). Sírios, mas também afegãos e somalis, constituem os grupos mais significativos.
O número de travessias nesta rota está a registar este ano um forte aumento: 10.445 nos três primeiros meses de 2015 contra 2.863 durante o mesmo período em 2014, segundo a polícia portuária grega.
- Rota do Mediterrâneo ocidental:
Mais de 7.840 passagens ilegais foram identificadas em 2014 pela Frontex, um ligeiro aumento em relação ao ano transato (6.800 pessoas intercetadas). No entanto, o número recorde foi atingido em 2011 (8.450).
Nesta rota de migração, mais de metade das passagens são relativas à fronteira terrestre de Ceuta e Melilla, enclaves espanhóis em território marroquino.
Os migrantes que tentam atravessar o Estreito de Gibraltar, a maioria em embarcações insufláveis, representam 45% das detenções registadas nesta área.
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