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Ministro brasileiro da Justiça e da Segurança Pública desmente Netanyahu

Flávio Dino diz que nenhum governante estrangeiro manda na polícia do Brasil.

09 de novembro de 2023 às 15:42

O ministro brasileiro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, desmentiu esta quinta-feira afirmações do primeiro-ministro de Israel, Benjhamin Netanyahu, de que foi graças ao Mossad, o serviço secreto israelita, que a Polícia Federal do Brasil conseguiu prender dois supostos terroristas ligados ao grupo extremista libanês Hezbollah e evitar uma tragédia. Após as prisões, ocorridas esta quarta-feira na cidade brasileira de São Paulo, Netanyahu vangloriou-se de que elas só foram possíveis graças à ajuda e à orientação do Mossad e, adiantando conclusões, disse que os detidos estavam a preparar uma vaga de ataques terroristas contra judeus em território brasileiro, mas Dino rebate.

  "A operação (que prendeu os dois suspeitos) foi conduzida pela Polícia Federal com base em provas analisadas exclusivamente pelas autoridades brasileiras. Nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil. E nenhum representante de governo estrangeiro pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal, ainda em andamento."-Declarou Dino na manhã desta quinta-feira.

  De acordo com Flávio Dino, as investigações da Polícia Federal sobre uma suposta rede de extremistas do Hezbollah em território brasileiro começaram muito antes da deflagração do sangrento conflito entre Israel e o Hamas, em 7 de Outubro. E as detenções realizadas esta quarta-feira, provisórias e com prazo de somente cinco dias, destinam-se a confirmar ou não um alegado plano terrorista que, avaliou o ministro, por enquanto é somente uma hipótese e não um facto real confirmado, como avançou o primeiro-ministro de Israel.

  "A Polícia Federal apura indícios, e ainda vai confirmar ou não se realmente se trata de um caso de terrorismo. Os mandados cumpridos ontem sobre esse possível caso de terrorismo derivaram de decisões do poder judiciário do Brasil. Se indícios existem, é dever da Polícia Federal investigar, para confirmar ou não essa hipótese."-Rematou ele.

  Dino ressaltou que a acção da Polícia Federal brasileira não tem nada a ver com conflitos internacionais, nomeadamente a guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza. E criticou o uso da operação da polícia brasileira por outros países com o que classificou como fins de propaganda política.

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