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Ministro da Saúde moçambicano alerta para risco de se esgotar oxigénio face à terceira vaga da pandemia de Covid-19

Armindo Tiago considerou que a terceira vaga da doença poderá ser "mais grave que as duas primeiras".

07 de julho de 2021 às 18:44

O ministro da Saúde de Moçambique alertou esta quarta-feira para o risco de o oxigénio se esgotar e não haver capacidade para internar mais doentes nalgumas províncias, se a terceira vaga de covid-19 continuar a crescer ao ritmo atual.

"Se a tendência atual de agravamento perdurar, poderemos atravessar uma situação dramática nas próximas semanas, com um número incomportável de casos, internamentos e óbitos por covid-19. A nossa capacidade de internamento e de provisão de oxigénio para o tratamento de doentes poderá ficar esgotada em algumas províncias", disse Armindo Tiago, durante uma conferência de imprensa em Maputo.

Só nos primeiros seis dias do mês, o país registou 5.942 casos e 45 óbitos por covid-19, "números que superam aqueles registados durante todo o mês de junho", referiu o ministro.

Em alusão à situação vivida nos países da região e aos dados registados no país nas últimas semanas, o ministro considerou que a terceira vaga da doença poderá ser "mais grave que as duas primeiras".

"Na ausência de oxigénio, os óbitos não se verificam apenas nos doentes mais graves, mas também em alguns doentes com sintomatologia inicialmente moderada", acrescentou o governante.

Para o ministro, o número de casos e óbitos registados nos primeiros dias de julho confirmam a tendência do "aumento crítico" da transmissão do novo coronavírus em Moçambique, considerando que a situação é mais grave que a verificada em janeiro, período em que o número de casos, óbitos e internamentos disparou no país.

O ministro da Saúde apelou para melhorias e a junção de forças na implementação das medidas de prevenção da doença com urgência, para evitar as piores consequências da terceira vaga.

"A prevenção da covid-19 é um dever de todos nós. O sucesso ou o fracasso da contenção da terceira vaga será consequência da nossa ação coletiva", concluiu.

Após uma redução entre março e maio, Moçambique regista, desde junho, um aumento do número de casos, internamentos e óbitos devido ao coronavírus SARS-CoV-2.

A variante Delta do novo coronavírus, com origem na Índia, foi detetada em Moçambique, anunciaram as autoridades em finais de junho, alertando para os seus níveis de transmissão.

Moçambique tem um total acumulado de 934 óbitos e 83.485 casos, 86% dos quais recuperados da doença e 279 internados.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 3.996.519 mortos em todo o mundo, resultantes de mais de 184,4 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente feito pela agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, a Índia ou a África do Sul.

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