Após uma enorme confusão e pancadaria geral entre adeptos, dirigentes e a polícia na tarde de terça-feira, a que se seguiu uma tensa reunião de mais de cinco horas entre os presidentes de todas as escolas, a Escola de Samba Mocidade Alegre foi declarada na madrugada desta quarta-feira campeã dos desfiles de Carnaval de São Paulo.
Por sete votos contra cinco, os presidentes das agremiações decidiram que valia a classificação apurada até ao momento em que adeptos avançaram sobre a mesa de escrutínio e rasgaram as notas dos jurados.
Mas a decisão pode não ter sido o último episódio desta verdadeira batalha em que se transformou o apuramento da campeã do Carnaval paulista. Pelo menos as duas escolas que ficaram a seguir à Mocidade, a Rosas de Ouro, segunda classificada, e a Vai-Vai, terceira, já afirmaram não concordar com a decisão e que procurarão todos os meios, inclusivé a justiça, para que a decisão seja reanalisada e, eventualmente, revogada.
Entre as três escolas, a diferença é de décimos de pontos, o que, faltando ainda contar as notas de dois jurados, que podem ir até 10 pontos cada uma, é muito pouco para se afirmar que não haveria reviravolta.
Quando a decisão foi anunciada, a tropa de choque teve que voltar a agir para evitar nova onda de violência como a ocorrida à tarde.
Já quando faltava abrir os envelopes com as notas dos dois últimos jurados, e numa altura em que a Mocidade Alegre liderava por apenas dois décimos, adeptos de outras escolas inconformados com a classificação e a troca de dois jurados à última hora, pularam das arquibancadas, passaram sem dificuldade pelos enormes seguranças e pela polícia e começaram o tumulto.
Os envelopes com as notas foram arrancados das mãos do apresentador oficial e rasgadas, e mesas e cadeiras começaram a voar por todos os lados, fazendo os dirigentes da Liga Independente das Escolas de Samba, que presidiam ao apuramento, esconderem-se.
Quando a polícia, a muito custo, conseguiu expulsar os invasores da área reservada, milhares de adeptos de várias escolas cortaram o trânsito em parte da Marginal do Tietê, uma das mais importantes vias da capital paulista e onde se situa o Sambódromo do Anhembi, destruiram grades de protecção, placas de sinalização e muros e atearam fogo a carros alegóricos.
A Mocidade Alegre, que em 9 de Janeiro sofreu um grande incêndio nas suas instalações e teve parte dos seus carros alegóricos e fantasias destruídos pelo fogo, levou para o sambódromo um enredo homenageando os 100 anos de nascimento do já falecido escritor baiano Jorge Amado, através de cuja história falou igualmente no Candomblé, credo de origem africana muito popular na Bahia.
As escolas Camisa Verde e Branco e Pérola Negra, as duas últimas quando o apuramento fo interrompido, desceram para a segunda divisão do Carnaval paulista. Em contrapartida, a Nenê de Vila Matilde e a Académicos do Tatuapé, campeões do grupo de acesso, subiram para a elite e no ano que vem vão desfilar entre as grandes.
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