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Morreu o 'Dr Jihad', o médico dos combatentes do Daesh

Tareq Kamleh converteu-se ao radicalismo islâmico e tornou-se combatente do grupo terrorista.

08 de junho de 2018 às 12:15

Tareq Kamleh, um médico pediátrico australiano, que voou para a Síria a fim de oferecer os seus serviços aos combatentes do Daesh, terá morrido, avança esta sexta-feira a imprensa internacional.

As suspeitas surgiram depois de vários membros do Daesh terem utilizado a plataforma Telegram - um aplicativo de mensagens criptografadas - para confirmarem entre si a morte de um homem cujo nome de guerra seria Abu Yousef al-Australi.

De acordo com o jornal The Sun, o 'Dr Jihad', como ficou conhecido após se juntar ao grupo radicalista islâmico, surgiu em vários vídeos de propaganda do Daesh, ao qual se terá juntado em 2015.

Numa dessas filmagens, o médico surgia a cuidar de crianças feridas num hospital, culpando a América pelo número de vítimas inocentes causadas pelos bombardeamentos aéreos sobre territórios controlados pelo Daesh. "É esta menina que os EUA querem atingir?", disse. Nessa altura não tardou até que fosse identificado como um ex-universitário da Universidade de Adelaide e atual residente em Perth.

De acordo com vários colegas do mesmo, Tareq era um homem "normal" nos seus tempos de faculdade. Bebia álcool e tinha várias namoradas e não aparentava ter ideais extremistas e muito menos islâmicos.

Nesse ano, as autoridades australianas emitiram um mandado de prisão internacional. Tareq respondeu com uma publicação no Facebook onde dizia que já não se considerava australiano e que não se importava que o seu passaporte fosse desativado. "Eu sabia para o que vinha. Quero ficar para sempre aqui", escreveu.

Mais tarde, o 'Dr Jihad' surgiu num segundo vídeo no qual o cenário já era totalmente diferente. Tareq aparecia num ambiente escuro, trajado de combatente e com a barba crescida. De arma na mão, o australiano apelava aos 'lobos solitários' que realizassem ataques no seu país de origem. Crê-se que as imagens terão sido captados num dos túneis de Raqqa.

Macer Gifford, um britânico que combateu junto de milícias curdas contra o grupo terrorista, terá encontrado aquele que poderá ser um diário escrido por Tareq. O documento revelava que o australiano já se encontrava "desesperado" por estar junto do Califado e mostrava o seu descontentamento pela organização se ter recusado a ajudar um orfanato com o qual o médico estava envolvido.

Na última terça-feira o médico surgiu naquele que poderá ter sido o último vídeo de propaganda que protagonizou, onde pedia aos muçulmanos residentes no Ocidente para se juntarem ao Daesh. Recorde-se que a cidade de Raqqa está cercada por forças militares dos EUA e que provavelmente já terão morrido vários combatentes do Daesh ao longo dos últimos dias.

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