Alessandra afirma que os dois corpos foram encontrados ao amanhecer, na região onde Dom e Bruno desapareceram, no Rio Itaquaí.
A mulher do jornalista britânico do The Guardian Dom Philips, desaparecido dia 5 na Amazónia depois de receber ameaças por denunciar a invasão da floresta por grupos armados que exploram ilegalmente a região, avançou esta segunda-feira que o corpo do marido foi localizado. Alessandra Sampaio, esposa de Dom, disse ao jornalista da Globo News André Trigueiro que, além do corpo do marido, também já foi localizado o corpo do investigador brasileiro Bruno Araújo Pereira, que o acompanhava.
A informação não tinha sido confirmada oficialmente por nenhuma autoridade até às 9 e 30 locais desta segunda-feira, 13:30 em Lisboa. Mas Alessandra afirma que os dois corpos foram encontrados ao amanhecer, na região onde Dom e Bruno desapareceram, no Rio Itaquaí, perto da cidade de Atalaia do Norte, na fronteira do estado brasileiro do Amazonas com o Peru, numa região remota da Amazónia.
Segundo Alessandra, a informação da descoberta dos dois corpos foi-lhe avançada inicialmente por amigos do marido na Amazónia e pela Embaixada Britânica em Brasília, e, mais tarde, ainda de forma informal, pela Polícia Federal. As autoridades brasileiras dizem que só vão tomar uma posição oficial depois da realização de uma perícia, para se confirmar se os dois corpos realmente pertencem ao jornalista e ao indigenista desaparecidos.
Um dia antes, domingo, mergulhadores dos bombeiros do Amazonas tinham descoberto pertences de Bruno e de Dom submersos no Rio Itaquaí, depois do alerta dado por indígenas voluntários, cuja actuação nas buscas foi essencial. Foram encontradas roupas e um cartão de saúde do Bruno, e uma mochila com roupas e note book de Dom.
Dom Philips e Bruno Araújo Pereira, considerado um dos maiores especialistas mundiais em povos isolados, tinham ido a aldeias indígenas no Lago do Jaburu, uma região remota na Terra Indígena Vale do Javari, ouvir denúncias da actuação de garimpeiros, madeireiros, pescadores e caçadores ilegais, apoiados por milícias fortemente armadas. Eles desapareceram ao amanhecer de domingo, dia 5, quando, após recolherem esses relatos gravíssimos, voltavam a Atalaia do Norte pelo Rio Itaquaí numa lancha.
Testemunhas contaram à polícia que uma outra lancha, onde disseram estar um homem chamado Amarildo Costa Oliveira, conhecido na região como "Pelado", seguiu a embarcação de Dom e de Bruno e que o suspeito, já preso, estava armado com uma espingarda e tinha à cintura um cinturão cheio de balas. Bruno Araújo Pereira já tinha relatado a autoridades a actuação de grupos armados ligados a invasores da floresta, e, inclusive, a cartéis de droga que usam a região para o tráfico internacional, mas não nenhuma acção foi tomada e ele acabou por ter de sair da Funai, Fundação Nacional do Índio, onde trabalhava há décadas, e passou a agir por conta própria na defesa da Amazónia.
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