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“Mundo enfrenta década decisiva”: Biden discursa na Assembleia Geral da ONU

Joe Biden promete nova era de cooperação e “diplomacia implacável”.

22 de setembro de 2021 às 08:48

O presidente norte-americano Joe Biden apelou esta terça-feira aos líderes mundiais para unirem esforços no combate às grandes ameaças globais, da pandemia às alterações climáticas e à cibersegurança, alertando que a próxima década será “decisiva” para o futuro da Humanidade.

“Queremos liderar na resolução dos grandes desafios do nosso tempo, do Covid ao clima, da dignidade humana aos direitos humanos, mas não o queremos fazer sozinhos. A decisão de lutarmos ou não pelo nosso futuro partilhado irá reverberar por gerações. Estamos num ponto de viragem da História”, frisou Biden no seu discurso perante a 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, garantindo que os EUA “estão prontos para trabalhar com qualquer nação que procure resolver os problemas partilhados de forma pacífica, mesmo se não estivermos de acordo noutras áreas”. Um recado para a China, referência sempre presente mas nunca mencionada no discurso do presidente americano, que garantiu ainda que a América continuará a defender a democracia e o estado de Direito, mesmo no contexto de uma “competição vigorosa”.

“Iremos defender os nossos amigos e aliados e opor-nos às tentativas dos mais fortes de dominarem os mais fracos, seja pela tomada de território pela força, a coerção económica, a exploração tecnológica ou a desinformação, mas não procuramos - repito, não procuramos - uma nova Guerra Fria ou um Mundo dividido em blocos rígidos”, frisou. Biden referiu-se ainda à retirada do Afeganistão, frisando que “uma era de guerra implacável será substituída por uma nova era de diplomacia implacável”. Isto não quer dizer, ressalvou, que os EUA não irão defender os seus interesses vitais, mas que o poder militar americano “não deve ser visto como solução para todos os problemas do Mundo”.

Marcelo contra o populismo e a xenofobia

Marcelo Rebelo de Sousa apelou no seu discurso à criação de um “multilateralismo efetivo”, contra “o isolacionismo, o protecionismo, a intolerância, o populismo e a xenofobia” que inevitavelmente “conduzem a becos sem saída”. O presidente português defendeu ainda as vacinas contra a Covid-19 como “bem público global” e lembrou o trabalho de Jorge Sampaio em defesa dos refugiados.

Guterres denuncia “desigualdade obscena” nas vacinas

António Guterres abriu os trabalhos com um alerta sombrio sobre o estado de um Mundo cada vez mais desigual, em que “bilionários passeiam no espaço enquanto milhões passam fome” e os países ricos “deitam vacinas para o lixo” quando 90% da população de África aguarda a primeira dose. “É obsceno. Passámos o teste da Ciência mas chumbámos na Ética”, afirmou. Sobre o clima, avisou que “estamos à beira do abismo e a caminhar na direção errada”.

Bolsonaro polémico

Jair Bolsonaro usou o seu discurso para defender a “autonomia médica” e o uso de medicamentos sem eficácia científica comprovada contra a Covid-19. O PR brasileiro reiterou ainda “o compromisso do Brasil” para com a proteção da Amazónia.

Ameaça de Mundo bipolar

Guterres avisou que a bipolaridade EUA-China ameaça criar um Mundo com “dois conjuntos de regras para a economia, comércio, finanças e tecnologia, além de duas estratégias militares e geopolíticas rivais”. “É uma receita para o desastre.”

Joe Biden disse à margem da Assembleia Geral que os EUA “não têm aliado mais próximo e fiável” que a Austrália, esquecendo-se da “relação especial” com o Reino Unido.

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