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O que é o Hamas, responsável pelo regresso da guerra a Israel e Gaza

Ataque do Hamas a Israel fez deste sábado o dia mais mortífero dos últimos 50 anos no país.

07 de outubro de 2023 às 22:13

O movimento armado palestiniano Hamas deixou este sábado Israel em alerta vermelho ao lançar um ataque surpresa a envolver operações aéreas, marítimas e terrestres a partir de Gaza. Trata-se da mais grave escalada do conflito em Israel dos últimos anos, tendo já provocado a morte a cerca de 400 pessoas (palestinianos e israelitas) e milhares de feridos. O ataque do Hamas a Israel fez deste sábado o dia mais mortífero dos últimos 50 anos no país. Mas o que é o Hamas e o que motivou o conflito com os israelitas?

Empenhado na criação de um estado no lugar de Israel

Fundado em 1987, o Hamas ou Movimento da Resistência Islâmica surgiu durante a primeira revolta da Palestina e vive empenhado na criação de um Estado palestiniano islâmico no lugar de Israel, informa o Counter Terrorism Guide. Apoiado pelo Irão, partilha a ideologia da Irmandade Muçulmana, criada no Egito em 1920.Descrito como organização terrorista por vários países

Tem uma ala militar conhecida como Brigadas Izz al-Din al-Qassam que, desde a década de 1990, tem conduzido muitos ataques anti-israelitas tanto em Israel como nos territórios palestinianos. Os ataques incluíram atentados bombistas em grande escala contra alvos civis israelitas, ataques com armas ligeiras, explosivos improvisados à beira da estrada e ataques com foguetes, escreve a Reuters.

Devido aos métodos e recursos utilizados, o Hamas foi considerado em 1997 uma organização terrorista por vários países. O grupo militar recusa-se a reconhecer o Estado de Israel e opôs-se aos acordos de paz negociados em meados da década de 90.

Domina a Faixa da Gaza 

O Hamas domina a Faixa de Gaza desde 2007, quando conseguiu expulsar a Autoridade Palestiniana (que lidera a Cisjordânia) do poder. Desde então seguiram-se inúmeros ataques e rondas negociais de conflitos com Israel.

Faz parte de uma aliança regional que inclui o Irão, a Síria e o grupo islâmico xiita Hezbollah, no Líbano, que tem como objetivo a criação de um Estado palestiniano nos territórios ocupados por Israel na guerra de 1967. 

Operação tempestade Al-Aqsa: Grave escalada do conflito

Esta madrugada de sábado, o Hamas anunciou a escalada do conflito ao revelar que ia levar a cabo a operação tempestade Al-Aqsa, com mais de cinco mil foguetes e diversos meios envolvidos. As sirenes tocaram na cidade de Telavive e Beersheba.

Até ao momento, pelo menos 200 pessoas morreram do lado de Israel e, devido à retaliação israelita, 232 palestinianos foram também mortos. Circulam nas redes sociais vários vídeos que dão conta do caos em ambos os lados do conflito.

Resposta às "atrocidades" de Israel

Segundo o porta-voz do Hamas, Khaled Qadomi, a operação militar do grupo é uma resposta a todas as atrocidades que os palestinos enfrentaram ao longo das décadas por causa de Israel.

"Queremos que a comunidade internacional pare com as atrocidades em Gaza, contra o povo palestiniano, os nossos locais sagrados como Al-Aqsa. Todas essas coisas são a razão por trás do início desta batalha", disse, citado pela Aljazeera. 

As forças Armadas Israelitas referiram que alguns dos seus civis e militares foram feitos reféns pelo Hamas, em Gaza. O grupo assumiu e referiu que pretende usar os reféns como moeda de troca para exigir a libertação de prisioneiros palestinianos. 

O grupo militar garante que vai lutar até à vitória e que não vai ceder tão cedo. "Isto não é uma simples operação. Isto é uma batalha total. Nós esperamos que os combates prossigam e que a frente se expanda", afirmou Saleh al-Arouri, um dos líderes do Hamas à Aljazeera.

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