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O que se sabe sobre os aviões de combate F-35 que os Estados Unidos vão vender à Arábia Saudita

Estados Unidos e Arábia Saudita assinaram acordos sobre energia nuclear civil e Defesa, incluindo a venda dos mais avançados aviões de caça a jato norte-americanos, F-35.

19 de novembro de 2025 às 13:13

Estados Unidos e Arábia Saudita assinaram acordos sobre energia nuclear civil e Defesa, incluindo a venda dos mais avançados aviões de caça a jato norte-americanos, F-35, na visita a Washington do príncipe herdeiro daquele aliado

O anúncio da Casa Branca surgiu apesar das preocupações por parte de analistas e peritos do setor e da própria Administração do republicano Trump sobre se a China, principal parceira comercial de Riade, poder assim vir a ter acesso àquela cobiçada tecnologia.

Cada uma daquelas aeronaves tinha em 2023 um valor estimado de 77 milhões de dólares (66,5 milhões de euros), segundo o Congresso dos Estados Unidos da América (EUA), tratando-se do mais caro programa de sempre do Pentágono.

Até agora, os EUA mostravam-se reticentes quanto à venda dos F-35 para outras nações do Médio Oriente, por tal comprometer a "vantagem militar qualitativa" de Israel, único país da região que opera este modelo.

Eis o que se sabe sobre os F-35, aviões de combate dos EUA de quinta geração:

Estreia no Médio Oriente por Israel

As Forças da Defesa de Israel (IDF, na sigla inglesa) utilizaram F-35 na guerra de 12 dias contra o Irão, em junho, e há outros 19 países no Mundo,que já têm este tipo de avião de caça ou assinaram acordos para a sua compra.

O primeiro exemplar do caça multifunção supersónico furtivo F-35 Lightning (relâmpago, em Inglês) saiu da linha de montagem de Fort Worth, no Texas, há quase 20 anos.

Mais de 1.200 unidades foram construídas até agora, com a fabricante Lockheed Martin a declarar que existem mais de 300 mil postos de trabalho ligados aos F-35, graças a uma cadeia de produção distribuída pelos 50 estados norte-americanos.

Utilizado por Força Aérea, Marinha e 'Marines', desejado por todos

Os 'Marines' (equivalentes a Fuzileiros Navais, especialidade anfíbia) utilizaram F-35 contra alvos inimigos no Afeganistão, enquanto a Força Aérea italiana recorreu a estas aeronaves aquando do incidente de violação do espaço aéreo da Estónia, em setembro, e consequente resposta por parte da Aliança Atlântica.

Porém, o caça de nariz curto e dupla aleta na cauda tem sido criticado desde a fase de projeto, pelas derrapagens, preço alto e demasiadas variantes. Por exemplo, a Marinha dos EUA lança-os de porta-aviões, enquanto a versão entregue aos 'Marines' descola na vertical, como um helicóptero.

A China foi acusada de já deter alguma informação -- embora desatualizada - sobre os F-35 e outros programas militares dos EUA, à qual acedeu através de ciberataques ao Pentágono, num relatório de 2013 do Conselho Científico da Defesa norte-americano.

Um 'brinquedo' militar de 1,73 biliões de euros

De acordo com estimativa oficial, o Departamento da Defesa norte-americano prevê gastar mais de dois biliões de dólares (1,74 biliões de euros) para operar, manter e modernizar 2.470 unidades deste modelo, num ciclo de vida previsto de 77 anos.

O mesmo relatório descreveu que a Lockheed-Martin entregou 110 deste aviões em 2024, todos fora do prazo acordado, com atrasos médios de 238 dias. Em 2023, o atraso médio era de 61 dias na entrega.

Em termos de prontidão, os F-35 também merecem críticas, já que este critério que avalia o ritmo a que a aeronave executa missões atribuídas ronda 55%, bem abaixo dos objetivos iniciais do programa idealizado em 1990.

O diretor do Programa de Reforma da Segurança Nacional do Stimson Center declarou que o programa dos F-35 Lightning acabou por ser um falhanço.

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