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Observatório africano de imprensa vê com “muita preocupação” expulsão de jornalistas do CM/CMTV de Moçambique

Organização não-governamental com sede na Namíbia defende que ação sobre repórteres portugueses “não pode ser lida de forma isolada”.

11 de novembro de 2024 às 00:13

A MISA, principal organização para a promoção da liberdade de expressão na África Austral, viu com “muita preocupação” a expulsão, de Moçambique, dos enviados do Correio da Manhã, CMTV e canal Now que acompanhavam em Maputo as manifestações contra o regime da FRELIMO após acusações de alegadas fraudes eleitorais protagonizadas pelo líder da oposição, Venâncio Mondlane.

“MISA Moçambique condena, nos termos mais veementes, a expulsão destes dois jornalistas. Alfredo Leite e Marc Ricardo Silva nada mais faziam, em Maputo, senão cumprir o seu papel de informar”, refere um comunicado da secção moçambicana do ‘Media Institute of Southern África’ (Instituto de Comunicação Social da África Austral), com sede em Windhoek, na Namíbia. A MISA considera que “a expulsão destes jornalistas é mais uma negação à Liberdade de Imprensa e ao Direito à Informação, pelas autoridades moçambicanas”.

As autoridades de Maputo justificaram a expulsão pela circunstância dos repórteres terem entrado no país com visto turístico, justificação que a organização não-governamental repudia: “se de toda a vez que houvesse crises não programadas fosse necessário que os jornalistas requeressem vistos de trabalho, com todas as suas burocracias, então, não haveria notícias sobre esses acontecimentos”. “Mais do que a justificação dos vistos”, refere a nota, “a expulsão dos jornalistas da CMTV não pode ser lida de forma isolada. Na verdade, ela é parte de um esforço mais amplo das autoridades moçambicanas de evitar a exposição, pelos media, da forma desproporcional como a Polícia tem estado a reprimir as manifestações, cometendo graves violações de Direitos Humanos”.

O comunicado refere ainda que, “como Nação, não podemos continuar com as mesmas práticas que nos farão permanecer no estatuto de “regime autoritário”, enquanto reivindicamos ser uma democracia”.

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