Dados foram apresentados durante a 6.ª reunião internacional sobre Cooperação Triangular, que decorre em Lisboa até sexta-feira.
A cooperação triangular está a aumentar em África e o continente está hoje envolvido num terço dos projetos registados na Organização para a Cooperação Económica e o Desenvolvimento (OCDE), em comparação com 21% em 2016, segundo a organização.
"Os países africanos participam vastamente em parcerias triangulares com as regiões da Ásia-Pacífico, Europa e Américas, tanto como beneficiários quanto como parceiros fundamentais, partilhando as suas experiências e inovações", lê-se num relatório apresentado esta quinta-feira, durante a 6.ª reunião internacional sobre Cooperação Triangular, a decorrer em Lisboa até sexta-feira.
Segundo a definição apresentada no relatório, da autoria da OCDE, a cooperação triangular acontece quando países, organizações internacionais, sociedade civil, setor privado, filantropos ou outros trabalham em grupos de três ou mais para criar juntos soluções flexíveis, inovadoras e com eficiência de custos para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentáveis.
O relatório conclui que a cooperação triangular está a crescer, tanto em escopo como em escala, e está a crescer ainda mais em África.
Segundo os números da OCDE, que mantém o único repositório global 'online' de projetos de cooperação triangular, um terço dos 921 projetos registados até fevereiro de 2022 envolviam países africanos, quando em 2016 o continente estava representado em apenas 21% dos projetos.
Comparando os projetos de cooperação triangular que envolvem africanos com os restantes, a OCDE conclui que os líderes africanos da cooperação triangular também estão entre os 10 principais beneficiários da assistência ao desenvolvimento (AOD) em África e que os parceiros africanos se envolvem em mais parcerias triangulares multirregionais do que parceiros em outras regiões.
Mais de metade dos projetos de cooperação triangular em África são nas áreas de governo e sociedade civil (22%), agricultura e segurança alimentar (20%) e saúde (13%).
"Esses setores correspondem ao que seria de esperar da cooperação bilateral Norte-Sul", concluem os autores do relatório.
O documento conclui ainda que a cooperação triangular com África atrai orçamentos maiores e projetos mais longos do que em outras regiões do mundo e do que a média global.
O relatório demonstra também que este tipo de cooperação tem o potencial de lidar com desafios relacionados com três grandes tendências identificadas pela União Africana como críticas para o desenvolvimento do continente: a digitalização, as alterações climáticas e as mudanças demográficas (emprego jovem, urbanização e mobilidade internacional).
Segundo um inquérito realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em 2020, a digitalização é vista como a área mais promissora para a cooperação triangular (91%), seguida das alterações climáticas (77%), crescimento urbano rápido (68%), impactos ambientais (64%) e mudanças demográficas (45%).
As questões de saúde relacionadas com doenças infecciosas, em particular a covid-19, foram mais recentemente mencionadas pelo PNUD como outra área promissora.
No seu relatório, a OCDE apresenta "ideias para mais cooperação triangular com África", nomeadamente o aproveitamento de casos de sucesso no continente numa espécie de "inovação circular".
"Uma inovação num país fundamental pode ser ampliada com o apoio de um facilitador, nomeadamente uma organização internacional, e depois partilhada com outros países na mesma região", sustenta.
O relatório sugere ainda que os países africanos alinhem os seus projetos e cooperação triangular com as prioridades e estratégias do seu desenvolvimento nacional, o que aumenta a participação, a apropriação e a sustentabilidade dos resultados.
Promover parcerias de confiança baseadas na comunicação aberta e no reconhecimento das diferenças socioculturais e aumentar a investigação e o conhecimento sobre a cooperação triangular, para fazer bom uso de todo o potencial da cooperação triangular em África são outras recomendações da OCDE.
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