Referindo-se ao regime de Kim Jong-un, no poder desde 2011, a ONU destacou que nenhuma outra população no mundo está sujeita a "tais restrições".
A ONU acusou esta sexta-feira o regime da Coreia do Norte de violações que constituem crimes contra a Humanidade e de exercer um controlo estatal sem precedentes sobre a população.
As Nações Unidas basearam-se num relatório do Gabinete Direitos Humanos das Nações Unidas, que está sob a tutela do alto-comissário Volker Türk.
No documento, examinou-se a evolução da Coreia do Norte desde que o organismo formou uma comissão de inquérito sobre os direitos humanos no país, em 2014.
Referindo-se ao regime de Kim Jong-un, no poder desde 2011, a ONU destacou que nenhuma outra população no mundo está sujeita a "tais restrições".
Segundo o relatório das Nações Unidas, os cidadãos norte-coreanos continuaram expostos a "propaganda incessante" do Estado, a liberdade religiosa foi reprimida e o sistema de "songbun" (castas sociais) gerou uma "severa discriminação".
O documento sublinhou que no final da última década, o controlo governamental sobre todos os aspetos da vida dos cidadãos na Coreia do Norte foi "o mais absoluto" em várias décadas sendo que a situação agravou-se durante os períodos de confinamento impostos durante a pandemia de Covid-19.
Ao mesmo tempo, a Coreia do Norte aprofundou o isolamento devido às sanções internacionais, ao fracasso das negociações com a primeira Administração do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 2019, ao corte de laços com a Coreia do Sul e ao endurecimento dos controlos fronteiriços com a República Popular da China, que aumentaram durante a pandemia.
O número de pessoas que atravessavam a fronteira sem autorização diminuiu significativamente ao longo da década, enquanto o fluxo de informação para o país foi drasticamente restringido.
Os investigadores da ONU realizaram entrevistas a mais de 300 vítimas e testemunhas que conseguiram fugir do país e que relataram um aumento do uso da pena de morte ao longo dos últimos dez anos.
Os crimes punidos com a pena capital foram a partilha de notícias de órgãos de comunicação social estrangeiros, tráfico de droga, prostituição ou pornografia.
Os trabalhos forçados, a que grande parte da população foi sujeita, agravaram-se, nos últimos dez anos, especialmente sob a forma das designadas "brigadas de choque" ou recrutamento para trabalhos perigosos, como a mineração ou a construção.
Os relatos referiram que muitas das condenações tiveram como base confissões forçadas e que a tortura nos centros de detenção continuou.
Alguns dos fugitivos norte-coreanos entrevistados pela ONU relataram ter visto companheiros de cárcere morrerem por maus-tratos, excesso de trabalho, subnutrição ou suicídio.
Volker Turk, referiu no estudo que os últimos dez anos foram "uma década perdida" alertando que a população da Coreia do Norte vai continuar a sofrer de uma "repressão brutal", caso o regime mantenha as mesmas práticas.
As informações sobre os campos de prisioneiros políticos são limitadas, mas a ONU indicou, após análise de imagens captadas por satélite, que pelo menos quatro complexos estavam em funcionamento.
Nos campos de prisioneiros foram praticadas execuções sumárias sendo que os reclusos foram expostos a uma grave escassez de alimentos.
Nas recomendações, as Nações Unidas pediram ao regime norte-coreano que ponha fim aos campos de prisioneiros políticos e à prática generalizada de detenção de familiares de prisioneiros.
A ONU pediu ainda a abolição da pena de morte, o abandono de práticas como a tortura e os maus-tratos a detidos e urgiu o regime a retomar os reencontros entre familiares separados pelo conflito entre as duas Coreias.D
Destacou o aumento das despesas militares que o país registou nos anos estudados, marcado por, pelo menos, três testes de armas nucleares e vários com mísseis balísticos e de cruzeiro, "o que contribuiu para a deterioração da segurança regional".
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