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ONU apoia registo de nascimento em Moçambique para travar uniões prematuras

Em Nampula, brigadas móveis de registo de nascimento realizaram duas grandes campanhas de registo, "proporcionando serviços essenciais a milhares de crianças e famílias".

18 de agosto de 2025 às 19:44

As Nações Unidas apoiaram a atribução de certidões de nascimento a mais de 16 mil pessoas afetadas pelos recentes ciclones na província de Nampula, norte de Moçambique, para acabar com as uniões prematuras na região.

"As certidões de nascimento desempenham um papel fundamental na proteção das crianças contra as uniões prematuras, providenciando uma prova legal da sua idade, e também no acesso a serviços básicos, como educação, cuidados de saúde e proteção social", lê-se numa nota do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), divulgada hoje.

De acordo com aquela agência da ONU, em Nampula, brigadas móveis de registo de nascimento realizaram duas grandes campanhas de registo, "proporcionando serviços essenciais a milhares de crianças e famílias".

"A primeira campanha foi uma resposta aos ciclones Chido, Dikeledi e Jude nos distritos da Ilha de Moçambique, Mossuril e Monapo, onde muitas das famílias perderam os seus documentos durante as tempestades, resultando num total de 6.283 pessoas registadas, incluindo 3.361 mulheres e raparigas", refere.

A Unicef avança ainda que a segunda campanha, apoiada pelo Programa Global do Fundo de População das Nações Unidas e da Unicef, desenvolvida nos distritos de Rapal e Angoche, tinha como objetivo acabar com as uniões prematuras, "resultando num total de 10.249 pessoas registadas, incluindo 5,285 mulheres e raparigas".

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.

Só entre dezembro e março, o país já foi atingido por três ciclones (Chido, Dikeledi e Jude), que, além da destruição de milhares de casas e infraestruturas, provocaram cerca de 175 mortos, no norte e centro do país.

Os eventos extremos provocaram pelo menos 1.016 mortos em Moçambique entre 2019 e 2023, afetando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.

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