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Passou mais de metade da vida no corredor da morte. Foi absolvido agora, aos 88 anos

Homem foi acusado pela morte do patrão, mulher e pelos dois filhos em 1968.

26 de setembro de 2024 às 09:27

Iwao Hakamada, o prisioneiro mais antigo do mundo foi absolvido por um tribunal japonês, esta quinta-feira, 56 anos depois de ter sido condenado à morte. O homem foi acusado de ter assassinado o patrão, a mulher deste e os dois filhos adolescentes do casal em 1968. 

Segundo o DailyMail, numa nova sessão de julgamento, o Tribunal Distrital de Shizuoka, no sudoeste do Tóquio, decidiu que o suspeito, de 88 anos, não era culpado.

Devido a problemas de saúde, o suspeito não esteve presente na sessão, mas foi representado pela irmã Hideko, de 91 anos, que fez várias vénias em sinal de respeito ao juiz Koshi Kunii.

Hakamada negou ter assaltado e assassinado as vítimas em 1968, mas acabou por ser condenado ao corredor da morte. Na altura, um conjunto de roupas manchadas com sangue encontradas um ano depois do crime que vitimou o patrão, mulher e filhos estiveram no centro do julgamento utilizado como prova para incrimar Hakamada.

Em 2014, foi concedido um novo julgamento tendo em conta a suspeita de que os procuradores teriam apresentado provas falsas. Uma reviravolta que permitiu que o suspeito fosse libertado.

As disputas legais, incluindo a resistência dos procuradores, fizeram com que o novo julgamento demorasse até ao ano passado.

O caso acabou por se tornar conhecido no país e na sessão desta quinta-feira foram centenas de pessoas que fizeram fila para tentar assistir ao julgamento. 

Iwao é o quinto preso condenado à pena de morte que tem a possibilidade de recorrer a um novo julgamento na história do Japão. Os quatro casos anteriores resultaram em exoneração.

Em julho, a irmã afirmou: "Durante tanto tempo, travámos uma batalha que parecia interminável". 

Hakamada esteve durante décadas preso, sendo que maior parte delas em regime de isolamento por problemas de saúde. 

O advogado principal, Hideyo Ogawa, assumiu que por vezes, Hakamada parece "viver num mundo de fantasia".

Em 2018, o prisioneiro disse à AFP que estava a "lutar um combate todos os dias" para obter uma absolvição. Revelando confiança no processo: "quando se pensa que não se pode ganhar, não há caminho para a vitória".

Ao longo de décadas, foram vários os apoiantes do caso que lutaram para que o caso fosse reaberto.

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