Marinheiro serviu na Guerra da Coreia.
O secretário da Defesa norte-americano determinou a renomeação do USNS Harvey Milk, uma medida rara para retirar o nome do ativista pelos direitos dos homossexuais que foi assassinado e que serviu como marinheiro durante a Guerra da Coreia.
Autoridades norte-americanas citadas pela agência Associated Press (AP) adiantaram, esta terça-feira, que o secretário da Marinha, John Phelan, reuniu uma pequena equipa para renomear o navio de reabastecimento de petróleo e que é esperado um novo nome para este mês.
Estas fontes, que falaram sob condição de anonimato, acrescentaram que o próximo nome ainda não tinha sido escolhido. A decisão foi inicialmente noticiada pelo Military.com.
A mudança foi apresentada num memorando interno que, segundo as autoridades, defendia a ação como uma medida para se alinhar com os objetivos do presidente Donald Trump e do chefe do Pentágono, Pete Hegseth, de "restabelecer a cultura guerreira".
Esta é a mais recente iniciativa de Hegseth e da administração Trump para eliminar todos os programas, políticas, livros e menções nas redes sociais que contenham referências à diversidade, equidade e inclusão.
Foi também divulgada durante o Mês do Orgulho [Pride Month, em inglês], ao mesmo tempo da campanha do Pentágono para expulsar as tropas transgénero das Forças Armadas dos EUA.
O USNS Harvey Milk foi nomeado em 2016 pelo então secretário da Marinha, Ray Mabus, que afirmou na altura que a classe de petroleiros John Lewis receberia o nome de líderes que lutaram pelos direitos civis e humanos.
Milk, interpretado por Sean Penn num filme vencedor de um Óscar em 2008, serviu durante quatro anos na Marinha, antes de ser expulso por ser gay.
Mais tarde, tornou-se um dos primeiros candidatos assumidamente homossexuais eleitos para um cargo público. Milk fazia parte do Conselho de Supervisores de São Francisco e tinha patrocinado um projeto de lei que proibia a discriminação com base na orientação sexual em alojamentos públicos, habitações e empregos. O projeto foi aprovado, e o presidente da Câmara de São Francisco, George Moscone, sancionou-o.
Em 27 de novembro de 1978, Milk e Moscone foram assassinados por Dan White, um antigo supervisor municipal descontente que deu o único voto contra o projeto de lei de Milk.
O navio foi batizado em 2021 e, durante a cerimónia, o então secretário da Marinha, Carlos Del Toro, disse que queria estar presente no evento "não apenas para reparar os erros do passado, mas para inspirar todos os líderes da comunidade LGBTQIA+ que serviram na Marinha, atualmente em serviço e também na sociedade civil".
Embora a renomeação seja rara, o governo de Biden também alterou os nomes de dois navios da Marinha em 2023, como parte do esforço para remover os nomes confederados das instalações militares dos EUA.
O USS Chancellorsville --- assim chamado em homenagem à batalha da Guerra Civil --- foi renomeado USS Robert Smalls, em homenagem a um marinheiro e antigo escravo.
Já o USNS Maury, um navio de investigação oceanográfica originalmente batizado em homenagem a um marinheiro confederado, foi renomeado USNS Marie Tharp, em homenagem à geóloga e cartógrafa oceanográfica que criou os primeiros mapas científicos do fundo do Oceano Atlântico.
A tradição marítima dá pistas sobre o porquê de renomear navios ser tão invulgar, sugerindo que mudar um nome traz azar e atrai vingança dos deuses do mar.
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