Ulisses Correia e Silva recordou que Cabo Verde passou de uma inflação de 1,9% em 2021 para 7,9% em 2022.
O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, estimou esta sexta-feira no parlamento que a economia do arquipélago terá crescido até 15% em 2022, apesar da crise inflacionista.
"Em contexto difícil de crises, a economia crescerá em 2022 entre 12 e 15%. A previsão da inflação para este ano de 2023, em 3,7%, é consistente com as previsões de desagravamento da inflação a nível mundial, embora continuem elevados comparativamente aos períodos antes da guerra na Ucrânia", afirmou o chefe do Governo, ao intervir na Assembleia Nacional.
O parlamento cabo-verdiano recebe hoje o debate mensal com o primeiro-ministro, com o tema "Inflação e Rendimentos das Famílias janeiro de 2023".
Ulisses Correia e Silva recordou que Cabo Verde passou de uma inflação de 1,9% em 2021 para 7,9% em 2022, condicionada pelo aumento dos preços em Portugal e na Zona Euro, as principais relações económicas do arquipélago.
"Implementamos medidas financeiras, fiscais e de regulação para mitigar os efeitos da inflação importada que atingiu fortemente os preços dos combustíveis e da eletricidade e de produtos de primeira necessidade os cereais. A inflação provocou, em Cabo Verde, um agravamento dos custos dos produtos energéticos em 2,1 milhões de contos [2.100 milhões de escudos, 19 milhões de euros]. Um enorme choque externo, agravado pela desvalorização do euro face ao dólar ocorrida em 2022", apontou.
"Devido às medidas tomadas pelo Governo, apenas 20% desse choque foi transmitido aos consumidores. O Estado absorveu, direta e indiretamente, 80% do choque", sublinhou o primeiro-ministro, perante os deputados.
Acrescentou que "caso as medidas não fossem implementadas pelo Governo", os preços do gás butano, da gasolina, do gasóleo e da eletricidade "teriam tido aumentos muito superiores aos registados", como no gás butano, cujo preço não subiu além do que estava em vigor em fevereiro de 2022, antes do início da guerra.
"Sem as medidas, o valor da tarifa de eletricidade no segundo escalão, que abrange a maioria dos consumidores domésticos, seria 67% acima do valor antes da guerra. Aumentou 15%. Sem as medidas, a tarifa social de eletricidade teria um aumento de 157%. Não aumentou", insistiu.
Ulisses Correia e Silva recordou que desde 2017 Cabo Verde tem sido exposto a choques climáticos, económicos e sociais com forte impacto no rendimento das famílias cabo-verdianas.
"As secas severas provocaram quebra de produção agrícola. O peso da agricultura no Produto Interno Bruto [PIB] passou de 8,6% em 2016 para 4,9% em 2021. As famílias rurais foram as mais afetadas. Implementamos programas de mitigação dos efeitos da seca e dos maus anos agrícolas em benefício dos agricultores, criadores de animais e famílias das zonas rurais", disse ainda.
Cabo Verde recupera de uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do PIB do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19. Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento de 7% em 2021 impulsionado pela retoma da procura turística.
Para 2022, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, nomeadamente a escalada de preços, o Governo baixou em junho a previsão de crescimento de 6% para 4%, que, depois voltou a rever, mas para mais de 8%.
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