Ministério Público classificou grupo como milícia armada.
A polícia da cidade de Brasília, capital federal do Brasil, usou granadas de gás pimenta e de efeito moral para dispersar os membros de um grupo ultra-radical de direita de apoiantes do presidente Jair Bolsonaro que tinha montado um acampamento no relvado da Esplanada dos Ministérios, imensa área verde ladeada pelos edifícios onde funcionam os principais órgãos do poder executivo brasileiro.
Foi desse acampamento, onde frequentemente eram exibidas armas de fogo numa clara intimidação, que nas últimas semanas partiram vários atos anti-democráticos, que além de apoiarem Bolsonaro exigiam o encerramento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal e defendiam a implantação de uma ditadura militar comandada pelo presidente.
O grupo, auto-denominado "300 do Brasil", montou acampamento no local no início de Maio com tendas suportadas por estruturas de ferro e tomou literalmente conta daquele espaço público no coração do centro de poder, com ministérios e outros órgãos públicos de um lado e outro. Tentativas de diálogo para a desocupação pacífica do terreno foram infrutíferas, e os manifestantes, com ligação muito próxima a Jair Bolsonaro, recusaram repetidamente sair alegando que estavam a defender o chefe de Estado.
Numa clara provocação, quando percebiam a presença de jornalistas por perto, membros do grupo exibiam armas, que as lideranças do movimento confirmaram existir e alegaram ser para defesa pessoal e de Bolsonaro. O Ministério Público de Brasília classificou o grupo como uma milícia armada.
Este sábado, quando a polícia tentou mais uma vez remover pacificamente os manifestantes, estes ameaçaram reagir pela força e alguns deles chegaram a amarrar-se às estruturas de ferro, mas a polícia carregou, usou granadas de gás e conseguiu dispersar todo o grupo e desmontar o acampamento. Depois de retirados do local, cerca de duas dezenas de membros do "300 do Brasil", capitaneados pela activista Sara Winter, coordenadora do movimento, conseguiram furar a segurança em redor do Congresso Nacional, que fica no final da via, e subir no telhado, mas a polícia da cidade de Brasília, que é independente do governo central pois a capital federal tem estatuto de cidade-estado, foi atrás e tirou-os de lá.
Dias atrás, membros desse acampamento usando túnicas e capuzes semelhantes aos trajes da Ku Klux Klan, um grupo supremacista branco dos EUA, foi em direção ao Supremo Tribunal Federal, localizado na Praça dos Três Poderes, um pouco abaixo da Esplanada dos Ministérios, empunhando tochas acesas e ameaçando incendiar o edifício.
O grupo dispersou depois de gritar insultos contra juízes do tribunal, que acusam de estar a tentar derrubar Jair Bolsonaro ao limitar e anular decretos dele que o órgão considera abusivos, e Sara Winter, que já foi membro do grupo feminista internacional Femen, comunista, anarquista e agora é extremista de direita, chegou a desafiar magistrados para "trocarem socos" com ela.
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