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Polícia detém dois paquistaneses na posse de cabos da elétrica moçambicana

Detenção resulta de diligências iniciadas há dois meses, na sequência de uma denúncia sobre alegados furtos de material elétrico da estatal EDM.

19 de setembro de 2025 às 20:43

A polícia moçambicana deteve dois paquistaneses na posse de cabos de alta tensão, na província de Maputo, sul do país, supostamente pertencentes à Eletricidade de Moçambique (EDM), anunciou esta sexta-feira fonte do serviço de investigação.

"No local foi possível recuperar dois rolos de cabo de alta tensão, que presume-se que pertencem a empresa Eletricidade de Moçambique", disse à comunicação social Judite Nhadengue, chefe da secção de Relações Públicas na Direção Provincial do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic), em Maputo.

Segundo a responsável, a detenção resulta de diligências iniciadas há dois meses, na sequência de uma denúncia sobre alegados furtos de material elétrico da estatal EDM, na zona da Mozal, arredores da província de Maputo.

Judite Nhadengue avançou ainda que os dois indivíduos de origem paquistanesa encontram-se atualmente detidos, "enquanto prosseguem as investigações para apurar a proveniência do material".

De acordo com a polícia, os paquistaneses são proprietários e gestores de uma empresa de fabrico de panelas de aluminío, na qual eram, alegadamente, usados cabos de alumínio "de uso exclusivo" da elétrica moçambicana para o fabrico dos utensílios.

No últimos quatros anos, a Eletricidade de Moçambique contabilizou prejuízos de 3,9 milhões de euros acumulados devido a vandalizações e roubo de material elétrico, anunciou na quinta-feira a estatal.

"Toda a infraestrutura sofre com a vandalização, principalmente os cabos alimentadores, toda a infraestrutura que tem componentes de cobre, transformadores", disse na altura Salmata Insa, chefe do departamento de prevenção e combate a vandalização a empresa.

Segundo a responsável, as "vandalizações e roubos" são motivados pela fácil venda de cobre no mercado informal, numa altura em que a EDM mapeou mais de 300 sucateiras clandestinas destinadas à venda destes materiais.

Moçambique alertou anteriormente para o crescimento de uma rede criminosa organizada e transnacional que se dedica ao roubo de material elétrico, pedindo esforços coletivos dos países da região austral de África, quando países como África do Sul, Malaui, Tanzânia e Essuatíni já adotaram medidas, incluindo o banimento da exportação de sucata de cobre e a criminalização da vandalização das infraestruturas elétricas.

Dados da estatal apontam que a província da Zambézia, no centro de Moçambique, lidera a lista dos casos de roubos de material elétrico, seguida de Inhambane, no sul do país.

Em 02 de setembro, a Eletricidade de Moçambique contabilizou prejuízos de cerca de 17 milhões de meticais (227 mil euros) decorrentes de roubo e vandalização de transformadores elétricos neste ano, com pelo menos cinco detidos em Nampula.

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