Tubarões voltaram aos palcos com Arlindo Rodrigues na voz e novas músicas no reportório.
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Depois de dois dias no Mindelo, onde a música lusófona esteve em grande destaque, a edição deste ano do Atlantic Music Expo voltou à cidade da Praia, o seu local de origem. Uma segunda parte desta mostra de músicas do mundo que contou com artistas internacionais de países como o Benin, Burkina Faso, Ilhas Reunião, Brasil, Tunísia. E de muitos Cabo-verdianos. No dia de Santo António, na Assembleia Nacional, os Tubarões fizeram as honras da casa com uma formação renovada.
Arlindo Rodrigues assumiu em 2019 a voz da mítica banda cabo-verdiana. Nascido em 1980, cresceu ao som dos Tubarões. "É um sonho de que não quero acordar" diz o cantor, natural da Ilha da Brava. Sente a música tradicional no sangue. Nas 'tocatinas' e com os amigos, a voz de Ildo Lobo sempre foi uma referência. Devido à pandemia, só este ano os Tubarões voltaram aos palcos. Novos temas estão a ser preparados. Um funaná de Totinho, uma morna da autoria de Arlindo, 'Es agu ki lebabu', que fala da emigração e da vivência dos cabo-verdianos, como é a linha dos Tubarões. e uma morna do compositor Betú, 'Terra di Sol' que a banda interpretou neste concerto. Para além de Arlindo, também Bruno Lima assumiu a bateria do grupo e juntou-se ao saxofonista Totinho, ao baixista Mário Betencourt, ao guitarrista Totó, a Jorge Lima na percussão, e a Zeca Couto nas teclas. A noite ficou completa com a atuação do cantor vindo do Benin, Serge Ananou.
O dia 14, segundo de três dias de concertos na cidade da Praia, começou no Palácio da Cultura Ildo Lobo. O cantor da ilha de São Nicolau, Rodji deu o primeiro concerto da tarde com a sua música tradicional, mas a primeira surpresa do evento foi o artista cabo-verdiano Natche. Acompanhado por Manuel d'Candinho entre outros guitarristas, e Jorge Pimpa na bateria. Natche surpreendeu pelo timbre de voz e um estilo clássico que lembrou o rei da Morna, Bana.
Ao fim da tarde, o caminho entre os palcos da Rua Pedonal e da Praça Luís de Camões passou a ser uma constante. Os concertos abertos à população foram-se intercalando pelos dois espaços emblemáticos do Plateau da cidade da Praia. Sandra Horta, Bob Mascarenhas, Ade da Costa, Kanazoe de Burkina Faso, Aurus das Ilhas Reunião. Pret e Bronk, jovens músicos de São Vicente, entre eles Khaly Angel com as suas brincadeiras e ritmos eletrónicos. Devido á chuva que surpreendeu a cidade, o último concerto da noite foi adiado para o dia seguinte.
Mário Marta apresentou o seu disco 'Ser de Luz' no Palácio da Cultura. O seu álbum conta com duas participações especiais, Neuza no tema 'Pé di Campo' e a cantora Lura com o funaná 'Aguenta'. Outro tema do disco, 'Olga', foi cantado no seu 'showcase'. Coube a Ineida Moniz encerrar as atuações no palco do Palácio da Cultura. Nascida na Baía de São Tomé, é uma grande voz da ílha de Santiago à procura do seu merecido espaço na música.
De volta às ruas do centro histórico da capital o último dia começou com o ritmo pop de Marinu. O R&B'´ vindo da Filadélfia com Alex aka DutchKalus. O brasileiro residente no Canadá Bruno Capinan trouxe os ritmos baianos. King Abid, o tunisino, com o seu 'reggae' fez dançar o público presente na Praça Luís de Camões.
O concerto dos Scuru Fitchadu veio dar outra dinâmica ao Atlantic Music Expo, um 'punk' que se funde com o ritmo mais frenético do funaná. Uma verdadeira prova de fogo para Marcus Veiga. Foi a sua primeira viagem a Cabo Verde. "Eu nunca estive tão nervoso para um concerto. E já toquei algumas vezes. A Praia é o berço do funaná. Tudo o que faço resume-se a chegar a este dia", assumiu o cantor. "Eu não tenho que pedir aprovação nenhuma, mas acaba por haver um pedido de aprovação inconsciente. O povo cabo-verdiano é muito fiel às suas raízes, e tem muito orgulho nas suas tradições. E ainda bem", disse Marcus Veiga. A sua música tem como base o funaná e por isso tinha a fé que a Praia o ia aceitar. A prova de fogo foi superada. Se alguma dúvida houvesse, ficou dissipada com o tema 'Ratxa du ba', palavras mágicas que atingiram o coração da capital. Do princípio ao fim da música o público gritou com os Scuru Fitxadu 'ratxa du ba'. Que significa algo como 'vamos rebentar, arrasar, divertir' no crioulo da ilha do Fogo, onde estão as raízes do cantor.
Um concerto bem trabalhado foi o do rapper cabo-verdiano Traquinuz. O cantor quis direcionar a sua atuação para um público exterior. A partir do seu reportório já conhecido dos praienses, misturou temas e ritmos tradicionais, como aconteceu com a música 'Sodade' que a Praça Luís de Camões cantou juntamente com Traquinuz. Houve ainda tempo para a atuação do norte-americano June Freedom antes do encerramento do evento com a música francesa de influência africana e de terras do Oceano Índico, com a banda Grén Semé.
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