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Presidente do Conselho Europeu defende que "diálogo multilateral" é mais "importante do que nunca"

António Costa antecipou que serão aprovados "novos projetos" na cimeira entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos.

09 de novembro de 2025 às 17:58

O presidente do Conselho Europeu defendeu este domingo que "o diálogo multilateral é mais importante do que nunca" e antecipou que serão aprovados "novos projetos" na cimeira entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos.

"Esta é a mensagem mais importante que podemos enviar para todo o mundo: num mundo multipolar, a cooperação birregional e o diálogo multilateral são mais importantes do que nunca para juntos construirmos um futuro compartido entre todos", afirmou António Costa, à entrada para a 4.ª Cimeira UE-CELAC, que decorre em Santa Marta (Colômbia).

O antigo primeiro-ministro António Costa falou primeiro em espanhol e, depois, em português, recordando a última cimeira entre estes dois blocos realizada em Bruxelas há dois anos e na qual foi aprovada "uma estratégia conjunta muito ambiciosa".

"Neste momento, conseguimos mobilizar já mais de 31 mil milhões de euros em mais de 100 projetos concretos que estão a transformar o dia-a-dia na conectividade, na transição energética, climática e social", disse.

O presidente do Conselho Europeu vai copresidir à cimeira, em conjunto com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, no seu atual papel de presidente da CELAC.

"Hoje vamos aprovar uma nova rota para os próximos dois anos, um novo pacote de projetos concretos e uma declaração conjunta fruto do trabalho que foi desenvolvido ao longo das últimas semanas", antecipou.

Para António Costa, "esta é a prova que o diálogo multilateral vale a pena"

"Apesar de termos aqui 60 países com orientações ideológicas tão distintas, somos capazes de ter uma discussão conjunta sobre as questões mais prementes da cena internacional e juntos construirmos um futuro de prosperidade partilhada".

A 4.ª cimeira UE-CELAC fica marcada por por várias ausências, como da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, do chanceler alemão, Friedrich Merz, ou do presidente francês, Emmanuel Macron.

O encontro decorre também num contexto de tensões diplomáticas entre Bogotá e Washington depois de os Estados Unidos terem aplicado sanções ao Presidente Gustavo Petro e de o terem acusado de colaborar com o narcotráfico.

Os Estados Unidos dizem já ter afundado 17 embarcações no Caribe e Pacífico, alegadamente envolvidas em tráfico de droga, causando mais de 60 mortes, enquanto países como a Colômbia e a Venezuela classificam estes ataques norte-americanos como assassinatos e execuções extrajudiciais.

Alguns países, como o Brasil, avisaram querer abordar o tema na cimeira UE-CELAC, com Lula da Silva a enquadrar a sua presença neste encontro como um ato de "solidariedade regional" para com a Venezuela, numa alusão ao destacamento militar dos Estados Unidos da América em zonas próximas das águas territoriais venezuelanas.

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