page view

Costa defende na cimeira UE-CELAC que futuro se constrói "com cooperação e não confrontação"

P residente do Conselho Europeu apontou como principal propósito da cimeira "fortalecer as complementaridades e estreitar as diferenças".

09 de novembro de 2025 às 17:04

O presidente do Conselho Europeu defendeu este domingo na sessão de abertura da cimeira UE-CELAC que o futuro se constrói "com cooperação e não confrontação", com diálogo e sem isolamento.

António Costa falava na 4.ª Cimeira entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), a que copreside em conjunto com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, país que acolhe o encontro na cidade de Santa Marta.

"Há 500 anos, quando se fundou esta cidade de Santa Marta, também se estava a construir uma nova era: uma era marcada pelo conflito, a fragmentação e a divisão, quando o poder da força era o que marcava o passo da história", disse.

O presidente do Conselho Europeu defendeu que, na reunião de hoje, se pretende enviar "uma mensagem completamente oposta".

"Escolhemos o diálogo, não a divisão. Escolhemos a cooperação, não a confrontação. Escolhemos a associação, não o isolamento. E neste mundo multipolar, que é o nosso, o que se precisa é uma resposta multilateral. Sim, o futuro só pode ser construído se o fezermos juntos", defendeu.

António Costa apontou como principal propósito da cimeira "fortalecer as complementaridades e estreitar as diferenças" para que os dois blocos possam crescer juntos e "proteger-se mutuamente num mundo cada vez mais instável e volátil"

"E devemos fazê-lo juntos. Porque juntos somos mais fortes perante e os perigos da era atual estão lá fora", disse.

O presidente do Conselho Europeu incluiu entre estas ameaças as alterações climáticas, mas também "as ameaças à democracia derivadas do autoritarismo, a crescente desigualdade, as violações do Estado de Direito e dos direitos humanos fundamentais", bem como ao direito internacional e aos valores essenciais da Carta das Nações Unidas.

"Tudo isso nos convida a estar juntos, a falar de tudo e a alcançar uma resposta conjunta", disse.

Costa sublinhou que foi possível, com muito trabalho ao longo das últimas semanas, que as equipas dos 60 países hoje representados na cimeira, "com diversas posições ideológicas", alcançarem "uma posição comum sobre temas críticos da atualidade mundial".

"É dizer ao mundo que apesar de toda a diversidade, juntos, falando uns com outros, escutando-nos aos outros, conseguimos ter uma posição comum", salientou.

Com mais de mil milhões de pessoas, os 33 países da CELAC e os 27 Estados-membros da UE representam, em conjunto, 14% da população mundial, 21% do PIB mundial e um terço dos membros da ONU.

A 4.ª cimeira UE-CELAC fica marcada por por várias ausências, como da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, do chanceler alemão, Friedrich Merz, ou do presidente francês, Emmanuel Macron.

O encontro decorre num contexto de tensões diplomáticas entre Bogotá e Washington depois de os Estados Unidos terem aplicado sanções ao Presidente Gustavo Petro e de o terem acusado de colaborar com o narcotráfico.

Os Estados Unidos dizem já ter afundado 17 embarcações no Caribe e Pacífico, alegadamente envolvidas em tráfico de droga, causando mais de 60 mortes, enquanto países como a Colômbia e a Venezuela classificam estes ataques norte-americanos como assassinatos e execuções extrajudiciais.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8