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Presos por planearem raptar o ex-juiz da Operação Lava Jato são mortos na prisão no Brasil

Dois mortos eram figuras importantes do Primeiro Comando da Capital.

18 de junho de 2024 às 23:46

Os dois criminosos presos em 2023 por estarem a planear o rapto do ex-juiz da Operação Lava Jato e hoje senador Sérgio Moro foram assassinados na prisão de alta segurança onde estavam confinados, no interior do estado brasileiro de São Paulo. De acordo com fontes do Ministério Público paulista, os dois criminosos foram mortos por ordem do alto comando da organização criminosa a que pertenciam, o PCC, Primeiro Comando da Capital, a maior fação criminosa do Brasil.

Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo, e Reginaldo Oliveira de Souza, o Rê, ambos de 48 anos, foram mortos esta segunda-feira, 17 de junho, durante o banho de sol na Penitenciária de Alta Segurança II de Presidente Venceslau, a 610 km da cidade de São Paulo, por outros quatro presos, todos já identificados, mas que se recusaram a falar sobre o crime nos interrogatórios. Câmaras de vídeovigilância da temida penitenciária, onde estão presos centenas de membros do PCC, mostraram o início das duas execuções, levadas a cabo pelos mesmos reclusos em momentos diferentes durante o horário em que os encarcerados ficam no pátio a apanhar sol e a confraternizar uns com os outros.

Uma câmara mostrou os quatro assassinos a entrarem com Reginaldo numa casa de banho do pátio e a saírem de lá mais tarde sozinhos. Outras câmaras mostram os mesmos quatro acusados a perseguirem Janeferson, que ao se aperceber do perigo ainda tentou correr e fugir mas não conseguiu.

Pouco depois, guardas prisionais alertados por outros presos encontraram os corpos de Janeferson e Reginaldo. Ambos foram assassinados com golpes de facas improvisadas pelos presos com materiais da própria prisão, principalmente no pescoço, cabeça e tórax, e não tiveram a menor oportunidade de escapar.

Os dois mortos eram figuras importantes do PCC, principalmente Janeferson, mas terão caído em desgraça dentro da organização a que pertenciam por não terem conseguido concretizar o rapto de Sérgio Moro e por terem começado a falar de mais dentro da prisão. Além disso, segundo o promotor do Ministério Público de São Paulo Lincoln Gakya, o homem mais procurado pelo PCC e que também deveria ter sido raptado e morto, Janeferson e Reginaldo foram executados como exemplo do que acontece a quem falha o cumprimento de planos da organização e para que não contassem detalhes desse e de outros planos do PCC.

De acordo com a investigação federal que levou à prisão de Janeferson e Reginaldo em março do ano passado, o plano era que os dois, que monitorizaram Sérgio Moro durante meses, raptassem o ex-juiz da operação anticorrupção e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro e outras personalidades e autoridades para depois os trocarem pela libertação do líder máximo do PCC, Marco William Herbas Camacho, o Marcola, e outras lideranças do PCC. Marcola, hoje com mais de 50 anos, preso desde os 20 e que ainda tem mais de 300 anos de pena a cumprir, está atualmente encarcerado na Penitenciária de Segurança Máxima de Brasília, sendo frequentemente trocado de cadeia a cada vez que se descobre um novo plano para o libertar, o último dos quais incluía o uso de camiões com dinamite para explodir os muros da prisão e vários helicópteros com criminosos fortemente armados.

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