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Apoiante de Bolsonaro preso no Brasil por defender luta armada contra a Democracia e ameaçar juízes e Lula da Silva

Ivan Pinto defendia a formação de milícias armadas para colocarem, segundo ele, o Brasil nos trilhos.

23 de julho de 2022 às 15:45

A Polícia Federal (PF) brasileira prendeu em Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, um seguidor extremista de Jair Bolsonaro que nas redes sociais instigava a luta armada para impor ao Brasil uma nova ditadura de extrema-direita e ameaçava juizes do Supremo Tribunal Federal (STF) e líderes políticos da esquerda, como o antigo presidente Lula da Silva, que lidera as sondagens para as presidenciais de outubro. Ao ser cercado pela polícia na sua casa, o extremista, identificado como Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, barricou-se e os agentes tiveram de usar a força e arrombar o imóvel para cumprirem o mandado de prisão.

A ordem de prisão foi pedida pela própria Polícia Federal, que alegou o risco concreto de Ivan e outros radicais desencadearem ações violentas, inclusive armadas, contra pessoas e instituições. A ordem de prisão foi assinada pelo juiz do STF Alexandre de Moraes, um dos alvos diretamente ameaçados pelo extremista.

Nos vídeos publicados no Twitter, Youtube e facebook, Ivan Pinto instiga a população a invadir o Supremo Tribunal Federal, arrancar de lá à força os juizes e pendurá-los no meio da praça. Ele também ameaça fazer o mesmo a familiares dos juizes, incluindo mulheres e filhos, ao ex-presidente Lula da Silva, à presidente do Partido dos Trabalhadores, PT, Gleisi Hoffmann, e ao deputado Marcelo Freixo, candidato a governador do Rio de Janeiro pelo Partido Socialista Brasileiro.

Sempre muito agressivo, Ivan defendia a formação de milícias armadas para colocarem, segundo ele, o Brasil nos trilhos, uma das frases comumente usadas por Jair Bolsonaro. E alertava que, numa luta como a que ele dizia pretender iniciar, muitos poderão morrer, mas garantia que ele estava disposto a dar a vida pelos seus ideais.

Na sua decisão, o juiz Alexandre de Moraes afirmou que a liberdade de expressão não pode ser confundida com ameaças à Democracia, com a defesa da luta armada contra pessoas e instituições, nem com a permissão para difundir discursos de ódio. Além da prisão do radical, o magistrado também decretou ações de busca e apreensão em locais ligados a Ivan, para apreensão de eventual armamento e de computadores e telemóveis, para a PF averiguar a existência de grupos já formados de radicais como o detido, e planos para desencadear acções violentas, nomeadamente no dia 7 de Setembro, dia da independência brasileira, que Ivan dizia ser o dia D para mudar o Brasil. 

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