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Reabertas sete fronteiras entre Tanzânia e Moçambique após ataques

Segundo o porta-voz dos serviços de migração, a reabertura dos postos fronteiriços tem impulsionado o movimento de pessoas entre Moçambique e Tanzânia.

25 de outubro de 2023 às 13:07

Pelo menos sete postos fronteiriços entre Moçambique e Tanzânia foram reabertos dois anos depois de encerrados devido aos ataques armados em Cabo Delgado, no norte do país, anunciou fonte da migração.

A reabertura das sete fronteiras, localizadas nos distritos de Mueda, Nangade, Mocímboa da Praia e Palma, deve-se a melhoria da segurança na região, referiu Ivo Sampanha, porta-voz do Serviço Nacional de Migração (Senami) em Cabo Delgado, citado hoje pelo diário Notícias.

"Neste momento ainda não foram reabilitadas [as infraestruturas destruídas nos postos], mas fomos obrigados a retomar os trabalhos porque o Senami estava a ser pressionado pela população dos dois países", referiu o porta-voz.

Segundo Ivo Sampanha, a reabertura dos postos fronteiriços tem impulsionado o movimento de pessoas entre Moçambique e Tanzânia, registando-se, por mês, uma média de quatro mil travessias, contra as cerca de três mil que decorriam anteriormente.

O porta-voz do Senami avançou ainda que as medidas de segurança foram reforçadas nas fronteiras pelas Forças de Defesa dos dois países, para evitar a circulação de pessoas ligadas aos terroristas, referindo que se espera que sejam reabertos mais postos de travessia em Cabo Delgado.

A reabertura das fronteiras acontece depois de um alegado grupo de terroristas atacar, na noite de quarta-feira, a aldeia de Chinda, em Mocímboa da Praia, um dos distritos que faz fronteira com Tanzânia, queimando pelo menos 11 casas.

O ministro da Defesa moçambicano disse, na sexta-feira, que 70% da população deslocada pela guerra regressou a Cabo Delgado, como resultado da restauração da segurança na região.

A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico. Essa insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul de região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos, ACLED.

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