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Recapturado mais um recluso dos evadidos nos protestos eleitorais em Moçambique

João Adriano, de 33 anos, encontrava-se a cumprir uma pena de 12 anos "por crimes de ofensas corporais que resultaram em morte".

22 de setembro de 2025 às 10:37

O Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) anunciou esta segunda-feira ter recapturado mais um dos 1.500 reclusos evadidos em 25 de dezembro da cadeia de máxima segurança de Maputo, durante o período dos protestos pós-eleitorais no país.

Segundo o porta-voz do Sernic na cidade de Maputo, João Adriano, o detido, de 33 anos, encontrava-se a cumprir uma pena de 12 anos "por crimes de ofensas corporais que resultaram em morte", do qual já havia cumprido sete anos.

"Nós, como Sernic, fizemos o trabalho, fizemos as diligências que culminaram com a sua neutralização", disse João Adriano, em conferência de imprensa, em Maputo.

Neste momento, disse ainda, o passo subsequente é "conduzi-lo às instâncias competentes para que ele volte a cumprir aquilo que é a sua pena".

João Adriano avançou também que este é o terceiro caso de indivíduos que se evadiram daquela cadeia de segurança máxima, em Maputo, a ser recuperado pela equipa do Sernic, além de outros dois em janeiro.

"Naturalmente, que não é apenas o Sernic que tem feito este trabalho", acrescentou, evitando indicar dados concretos do total dos reclusos já recapturados.

"Com as diversas forças de segurança do país já conseguimos recuperar cerca da metade dos que se evadiram", disse, em 09 de junho, o ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Mateus Saize.

Cerca de 2.000 reclusos fugiram de estabelecimentos penitenciários em diversos pontos do país no final do ano passado, ações que, segundo a polícia e as autoridades moçambicanas, foram da responsabilidade de manifestantes.

O caso mais grave de evasão de reclusos ocorreu em Maputo, em 25 de dezembro, quando 1.534 presos fugiram após rebeliões nos estabelecimentos Penitenciário Especial da Máxima Segurança e Provincial de Maputo, localizados a cerca de 14 quilómetros do centro da capital moçambicana.

Segundo dados do Ministério Público (MP) moçambicano, pelo menos 35 reclusos perderam a vida durante a fuga dos estabelecimentos Penitenciário Especial da Máxima Segurança e Provincial de Maputo.

Moçambique viveu cerca de cinco meses de tensão social, com manifestações, inicialmente em contestação aos resultados eleitorais de 09 de outubro, convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, saldando-se na morte de 400 pessoas e destruição de bens.

O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 mortos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.

Os partidos moçambicanos com assento parlamentar e nas assembleias municipais e provinciais assinaram em 05 de março um compromisso político com o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, visando reformas estatais, o qual foi, posteriormente, transformado em lei pelo parlamento moçambicano.

Em 23 de março, Mondlane e Chapo encontraram-se pela primeira vez e foi também assumido um compromisso de acabar com a violência pós-eleitoral no país, tendo voltado a reunir-se em 21 de maio com uma agenda para pacificar o país.

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