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Refugiados do Sudão do Sul em risco de crise sanitária

Médicos Sem Fronteiras apelam às várias partes do conflito para garantirem zona humanitária segura.

23 de maio de 2025 às 11:38

A organização Médicos Sem Fronteiras disse esta sexta-feira que os refugiados do Sudão do Sul que fugiram para a Etiópia enfrentam um risco iminente de catástrofe sanitária.

A organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF), com sede em França, refere-se em particular a uma epidemia de cólera e a casos de desnutrição graves.

O Sudão do Sul, o Estado mais jovem do mundo, independente do Sudão em 2011, enfrentou numa guerra civil entre 2013 e 2018 sendo que o acordo de partilha de poder entre os beligerantes alcançou uma situação de estabilidade muito precária e que se degradou de forma grave.

Há vários meses registam-se violentos confrontos entre as forças que apoiam o Presidente Salva Kiir e o vice-Presidente Riek Machar, que foi detido em março.

De acordo com os MSF, entre 35 mil e 85 mil refugiados do Sudão do Sul fugiram para Mattar, uma cidade etíope situada a algumas dezenas de quilómetros da zona de fronteira.

Através de um comunicado, a organização não-governamental avisa que as infra estruturas locais estão sobrecarregadas acrescentando que perante o ressurgimento de doenças transmitidas pela água, como a cólera e a diarreia, o risco de uma catástrofe sanitária é iminente.

Os Médicos Sem Fronteiras anunciaram que trataram cerca de 1.200 pessoas que sofrem de cólera e malária.

Segundo o mesmo comunicado, mais de 40% dos testes rápidos de diagnóstico da malária são positivos e cerca de 7% das crianças com menos de cinco anos de idade apresentam sinais de desnutrição aguda grave.

O organismo que presta ajuda humanitária transferiu os serviços médicos de Burbeiye, uma cidade etíope na fronteira com o Sudão do Sul, para Mattar, devido aos confrontos armados entre "o exército sul-sudanês e um grupo da oposição".

Por outro lado, os MSF afirmaram ter recebido mais de 200 pessoas com ferimentos de guerra, em Burbeiye, desde o início dos combates, em fevereiro.

Os Médicos Sem Fronteiras instaram as várias partes envolvidas no conflito no Sudão do Sul a garantirem uma zona humanitária segura e capaz de proteger os civis e os funcionários que estão envolvidos na ajuda de emergência.

A organização apelou também aos doadores internacionais para que reforcem a ajuda, porque, disseram, em Mattar "não há abrigo, água e cuidados médicos suficientes para as pessoas que fugiram da violência".

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