Nas eleições europeias de 26 de maio são eleitos 21 deputados portugueses ao Parlamento Europeu.
1 / 3
A coesão social e o combate às alterações climáticas são algumas das prioridades que as candidaturas às eleições europeias defendem para a presidência portuguesa da União Europeia, muitas acolhendo a prioridade definida pelo Governo: as relações com África.
A agência Lusa questionou os candidatos às eleições europeias de 26 de maio sobre quais as prioridades da presidência portuguesa da União Europeia, no primeiro semestre de 2021, assim como se concordam com o primeiro-ministro, António Costa, em eleger como prioridade máxima as relações com África.
O cabeça de lista do PSD, Paulo Rangel, declarou-se "totalmente de acordo" que África seja uma das prioridades, defendendo, porém que a esta se alie o mar e a economia azul, e sem descurar as questões fundamentais nas quais Portugal deve "ter um papel", designadamente, a reforma da zona euro, o mercado único digital, e o mercado único da energia.
O socialista Pedro Marques assume a prioridade definida pelo Governo, argumentando que o "maior envolvimento da União Europeia no desenvolvimento do continente africano", além de representar um pendor humanista, tem "virtualidades de mútuo interesse, para África e para a Europa, a níveis tão diversos como as migrações, a segurança ou o desenvolvimento económico".
O PCP não se pronuncia sobre as relações com África, defendendo que Portugal deve usar a sua presidência para pugnar "pela promoção da elevação dos direitos laborais e sociais, pela salvaguarda e promoção de serviços públicos universais de qualidade; pela salvaguarda e promoção do direito ao desenvolvimento soberano e de efetivas relações mutuamente vantajosas entre os Estados; pela promoção de uma Europa de cooperação entre Estados soberanos e iguais em direitos, respeitadora da democracia", entre outras matérias.
O CDS-PP, através do cabeça de lista, Nuno Melo, assume a importância das relações com Africa, mas defende que "há muitas outras prioridades, e, desde logo, quando o 'Brexit' acontece e a UE se desagrega", a necessidade de investir nas políticas que "salvem" o projeto comum europeu, elegendo também as "alterações climáticas, que afetarão particularmente o sul da Europa e em maior grau Portugal".
Para Marisa Matias, do BE, "as prioridades da presidência portuguesa, devem ser o emprego, o estado social e o clima": "Estas são as questões que devem ser prioridade de todas as próximas presidências, porque são basilares e essências para as todas as demais".
Marinho e Pinto, que lidera a lista do PDR, considera que "ainda é cedo" para estabelecer prioridades, mas acolhe as relações com o continente africano como um desígnio, embora aliado ao Brasil: "Entendo mesmo que o nosso país deve intensificar as relações com o Brasil de forma permanente e não deixar que elas fiquem dependentes das flutuações dos ciclos políticos".
De acordo com Rui Tavares, do Livre, "a prioridade deveria ser a de reforçar a democracia europeia, afirmando a União como um polo de democracia e progressismo, de liberdade e sustentabilidade ecológica", sublinhando os "desafios globais" de "combate às alterações climáticas e às desigualdades crescentes".
O Nós Cidadãos, que concorre com uma lista encabeçada por Paulo Morais, argumenta que "os direitos humanos, a liberdade e a democracia, princípios fundadores da União Europeia", deviam ser "o lema" da presidência lusa, numa altura "em que se assiste à implementação do programa económico chinês, potencialmente predador, 'Belt & Road'" em África, sublinhando que "deve ser através dos direitos humanos que a Europa deve impor a sua marca distintiva, nomeadamente face aos poderes autocráticos de África e do Extremo Oriente".
Vasco Santos, do MAS, considera que o "investimento e ajuda dos povos africanos" deve ser uma prioridade até porque a "responsabilidade do que se passa naqueles países tem muito a ver com as guerras e 'negócios'" de países que integram a UE, devendo Portugal receber mais refugiados e a presidência portuguesa ter "uma política ativa" para "combater as ideias reacionárias, racistas e xenófobas da extrema-direita".
Para Francisco Guerreiro, que lidera a lista do PAN, "a sustentabilidade ambiental e a mitigação das alterações climáticas devem ser das principais prioridades, nunca descurando as relações externas, os direitos sociais e humanos, com claro foco na inclusão das minorias e pessoas migrantes, e a promoção de políticas de proteção e bem-estar animal".
Pelo Iniciativa Liberal, Ricardo Arroja aponta a "integração do mercado comum" nas áreas em que ainda não está "devidamente integrado", sobretudo os "serviços digitais", como uma área de "extraordinária importância", além da prioridade dada a África, no âmbito da qual desafia que se pense na forma como a Política Agrícola Comum (PAC) afeta as economias africanas.
A coligação Basta, encabeçada por André Ventura, defende que, além da ligação a África, sobretudo aos países de língua portuguesa, "as prioridades têm de ser também relacionadas com a coesão dentro da União e com a igualdade entre Estados, que não se tem verificado", considerando "um escândalo que permaneça desigualdade tão gritante de tratamento entre os ditos 'grandes' e os países pequenos e médios da União Europeia".
A Aliança, que concorre com uma lista liderada por Paulo Sande, considera que há lugar a outros temas prioritários, sendo "o número um, a coesão europeia e as políticas para a reforçar", acrescentando outras, como o ambiente, a conclusão da união monetária, a Europa digital, a reconfiguração das relações comerciais do bloco com o resto do Mundo, que "devem respeitar princípios como a reciprocidade e o respeito por direitos políticos, sociais e ambientais".
O PCPTP-MRPP, que defende a saída da União Europeia, reduz a presidência portuguesa da UE a mais "um episódio" na "política de traição prosseguida por aqueles que representam os interesses de um imperialismo menor como o português e que, por isso, acolhem e apoiam a integração do país no diretório imperialista europeu, sediado em Bruxelas e liderado pela Alemanha".
A Lusa enviou um questionário a todas as 17 candidaturas às eleições de 26 de maio ao Parlamento Europeu. PNR e PTP não responderam, tendo o PURP declarado que não respondia como protesto pelo tratamento que alega estar a receber da comunicação social.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.