Vítimas foram atacadas e assaltadas antes de morrerem.
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O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia revelou esta quinta-feira que quatro especialistas das Nações Unidas integram a equipa de investigação ao homicídio de três jornalistas russos na República Centro-Africana (RCA), na passada segunda-feira.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, referiu também que a embaixada da Rússia em Bangui, capital da República Centro-Africana, está envolvida nas investigações.
Os três jornalistas foram raptados por um grupo armado formado por 10 homens, com turbantes e a expressarem-se em árabe, nos arredores da cidade de Sibut, cerca de 190 quilómetros a norte de Bangui.
Os corpos dos jornalistas foram encontrados sem vida e cravejados de balas e suspeita-se que tenham sido assassinados por causa da investigação que estavam a fazer a uma companhia russa de segurança privada que opera na República Centro-Africana e na Rússia na indústria mineira.
O homicídio de um repórter de guerra experiente, de um documentarista inflexível sobre a Federação Russa e de um operador de câmara "atraído pelo risco" chocou os meios independentes russos.
Orkhan Djemal, que tinha coberto numerosos conflitos depôs do fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, Alexandre Rastorgouiev, autor de vários documentários premiados, e Kirill Radtchenko, que se tinha estreado na Síria, foram assassinados por "raptores com turbante", segundo o governo de Bangui.
Os jornalistas estavam a investigar a presença na República Centro-Africana de mercenários russos da empresa Wagner, que se destacou desde logo na Síria, por conta do Centro de Gestão de Investigações, um projeto lançado pelo opositor russo exilado Mikhail Khodorkovski.
O projeto foi financiado pelo oposicionista Mikhail Khodorkovsky, inimigo de longa data do Presidente russo, Vladimir Putin.
A República Centro-Africana caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-presidente François Bozizé por vários grupos juntos na designada Séléka (que significa coligação na língua franca local), que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-balaka.
Desde então, a quase totalidade do país é controlada por grupos armados e milícias, que cometem violências e abusos sem fim. Uma missão da Organização das Nações Unidas está presente no país desde 2014.
O Governo do Presidente, Faustin Touadera, um antigo primeiro-ministro que venceu as presidenciais de 2016, controla cerca de um quinto do território. O resto é dividido por mais de 15 milícias, que, na sua maioria, procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.
O conflito na RCA, que tem o tamanho da França e uma população que é menos de metade da portuguesa (4,6 milhões), já provocou 700 mil deslocados e 570 mil refugiados e colocou 2,5 milhões de pessoas a necessitarem de ajuda humanitária.
Portugal está presente no país desde o início de 2017, no quadro da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (Minusca), com a 3.ª Força Nacional Destacada Conjunta, composta por 159 militares, dos quais 156 do Exército, sendo 126 paraquedistas, e três da Força Aérea, que iniciaram a missão em 05 de março de 2018 e têm a data prevista de finalização no início de setembro deste ano.
Os 159 militares que estão no terreno compõem a Força de Reação Rápida da Minusca, têm a base principal na capital, junto ao aeroporto, e já estiveram envolvidos em quase duas dezenas de confrontos com os rebeldes.
Portugal tem também presença na Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana (EUMT-RCA), que tem como comandante o brigadeiro-general Hermínio Teodoro Maio.
A EUTM-RCA, que está empenhada na reconstrução das forças armadas da República Centro-Africana, tem 45 militares portugueses, entre os 170 de 11 nacionalidades que compõem a missão da União Europeia.
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