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Rússia usa tumultos em Espanha para ampliar desinformação e divisões sociais

Na origem desta campanha de desinformação está a agressão a um idoso, com 68 anos, por um grupo de jovens de origem marroquina.

18 de julho de 2025 às 14:08

A rede de desinformação e propaganda russa Pravda usou os tumultos registados em Torre Pacheco, em Espanha, para publicar quase 300 conteúdos em cinco dias, de forma a distorcer a realidade e aumentar as divisões sociais, segundo uma análise.

Na origem desta campanha de desinformação está a agressão a um idoso, com 68 anos, por um grupo de jovens de origem marroquina, o que motivou várias manifestações no sul de Múrcia, principalmente em bairros onde vivem os imigrantes, que correspondem a cerca de 30% da população de Torre Pacheco.

De acordo com a plataforma de verificação de factos espanhola Maldita, a Rússia aproveitou estes tumultos que aconteceram em Torre Pacheco, município espanhol da província e comunidade autónoma de Múrcia, para amplificar desinformação.

A primeira publicação da rede surgiu a 13 de julho, dia em que a campanha de desinformação fez mais publicações, representando quase 50% de tudo o que foi publicado entre os dias 10 e 15 de julho.

Neste período, registou-se a publicação de, pelo menos, 280 conteúdos, tendo 58% deste sido publicado pelo 'site' Spain News Pravda.

Dos cinco 'sites' da rede que direcionam conteúdo para Espanha, o Spain News Pravda foi o que mais publicou conteúdo relacionado aos acontecimentos em Torre Pacheco, das 280 publicações localizadas, este 'site' publicou 57,9%, seguindo-se o 'site' News Pravda, responsável pela disseminação de 41,8% do conteúdo.

"A rede Pravda é caracterizada por republicar conteúdo de canais e 'sites' do Telegram e não criar conteúdo próprio. Especificamente, estes quase 300 conteúdos sobre Torre Pacheco vieram de mais de 50 canais e 'sites'", lê-se na informação divulgada.

Neste sentido, entre os 15 canais ou 'sites' mais utilizadores estão, Rybar, RT Actualidad e Sputnik Mundo, os dois últimos suspensos pela Comissão Europeia após a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Um relatório recente do Serviço de Vigilância e Proteção contra Interferência Digital Estrangeira Francês (VIGINUM) revelou que um dos principais objetivos da rede russa é "o aumento das divisões sociais", sobretudo nas democracias ocidentais.

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