Polícia Militar que tentou cumprir a missão de proteger as áreas restritas e chegaram a empunhar armas de fogo para inibirem o avanço descontrolado da multidão.
O suposto mega-esquema de segurança que o governo da cidade de Brasília, capital federal do Brasil, montou para os atos convocados para esta terça-feira pelo presidente Jair Bolsonaro como uma prova de força contra o Supremo Tribunal e o Congresso, durou muito pouco e já não é capaz de garantir a segurança de ninguém. Seguidores de Bolsonaro romperam durante a madrugada desta terça-feira as barreiras de segurança, feitas com grupos de grades presas com arames e por cordões policiais, e invadiram exatamente as áreas que o comando das forças de segurança tinha determinado como invioláveis para garantir a integridade do Congresso, do Supremo Tribunal Federal e de outros órgãos localizados na Praça dos Três Poderes e na Esplanada dos Ministérios.
A determinação, considerada extremamente importante, de as barreiras policiais só deixarem passar manifestantes a pé e depois de uma rigorosa revista pessoal, também já não vale de nada. Seguidores de Bolsonaro empunhando grandes alicates cortaram os arames que prendiam as grades de proteção umas às outras, retiraram essas barreiras ante a passividade da maior parte dos agentes da polícia de Brasília, e milhares de pessoas entraram na área restrita do centro do poder brasileiro, sem se saber quem estava ou não armado, uma das maiores preocupações.
Os poucos agentes da Polícia Militar que tentaram cumprir a missão de proteger as áreas restritas e chegaram a empunhar armas de fogo para inibirem o avanço descontrolado da multidão foram cercados por manifestantes e obrigados a recolher as armas para não serem eles próprios atacados. Sem as barreiras físicas e humanas montadas para impedirem o seu avanço, enormes camiões também invadiram a esplanada dos Ministérios, o que aumenta o temor de atos violentos ao longo desta terça-feira, Dia da Independência do Brasil, escolhida por Bolsonaro para, como o presidente afirmou, dar "um ultimato" ao Supremo Tribunal Federal, que o tem impedido de governar de forma autoritária, como gostaria.
Camionistas vêm há dias a ameaçar usar os seus pesados para, entre outros atos criminosos, invadir o Supremo Tribunal Federal e assumir o comando da máxima instância judicial do Brasil até que todos os juízes renunciem aos cargos e sejam substituídos por magistrados alinhados com o presidente Bolsonaro. As manifestações na capital brasileira começam por volta das 11 horas locais, 15 horas em Lisboa, quando Bolsonaro fará um discurso.
Depois de Brasília, Bolsonaro voará para São Paulo, maior cidade do país, onde pretende fazer um outro discurso para, na expectativa dele, mais de dois milhões de seguidores reunidos na Avenida Paulista. Atravessando o pior momento no que respeita a aprovação popular e possibilidades de ser reeleito nas presidenciais de 2022, cujas sondagens são atualmente lideradas pelo ex-presidente Lula da Silva, Bolsonaro convocou os atos desta terça-feira para mostrar que ainda tem muita força e para tentar impor com o peso das ruas medidas que o Congresso e o Supremo Tribunal têm vetado ou limitado por as considerarem inconstitucionais e ditatoriais.
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