Duzentas pessoas assistiram a tentativa de suicídio de jovem de 20 anos. Nenhuma procurou demovê-lo. Especialista português comenta o caso.
As imagens são chocantes. Um jovem de 20 anos, visivelmente perturbado, tentou suicidar-se sábado em direto na Internet. Primeiro, 'Stephen', como se identificou, anunciou no site norte-americano '4chan' - que estimula a interação entre anónimos - que pretendia transmitir em tempo real o seu suicídio. Deixou uma mensagem onde pedia ajuda para difundir as imagens chocantes do que se iria passar no seu quarto.
"Como utilizador do '4chan' desde 2004, pensei finalmente numa forma de retribuir à comunidade da melhor maneira possível", escreveu o jovem. "Estou disposto a suicidar-me em frente à câmara por todos vocês. Tudo o que vos peço é que me liguem a um site, no qual vos possa transmitir tudo", acrescentou.
O desejo de 'Stephen' foi concedido. Em direto na Internet, o jovem começou por engolir uma ‘mão cheia' de comprimidos, acompanhados com vodka. Depois, pegou fogo ao quarto. Duzentas pessoas assistiram através dos seus computadores. Ninguém impediu este ato extremo.
Pior: enquanto 'Stephen' tentava acabar com a própria vida, eram vários os seguidores na Internet que comentavam a situação. "O fumo já está à frente da câmara! Vai apanhá-lo em breve" - podia ler-se entre os comentários. "Disponibilizem imagens, o chat está cheio" - protestavam outros utilizadores que não conseguiam aceder às imagnes, já que a ligação se restringia a 200 utilizadores.
No vídeo, disponível online, é possível ver-se os bombeiros a retirarem ‘Stephen' do quarto cheio de fumo. Até à data, ainda não há certezas quanto à identidade do jovem - que se julga ser americana ou canadiana - e se terá sobrevivido à tragédia.
QUEM ASSISTE INCENTIVA SUICÍDIO, DIZ ADVOGADO PORTUGUÊS
Contatado pelo CM, Manuel Lopes Rocha, advogado especialista em direito na Internet, explica que assistir a estes vídeos de forma passiva pode ser considerado um "incentivo ao suicídio". De acordo com o advogado, tanto a legislação europeia como a norte-americana, contemplam estas situações.
"Quem encontra estes vídeos deve alertar as entidades responsáveis pelos sites, para que a transmissão do conteúdo seja interrompida e este seja retirado", referiu Manuel Lopes Rocha. Quem disponibiliza o serviço - neste caso o site que permitiu a transmissão das imagens em direto - pode até ser legalmente responsabilizado, caso se prove que tinha conhecimento da situação e não tomou qualquer ação para a travar.
Este princípio "aplica-se não só a tentativas de suicídio, mas também a qualquer conteúdo considerado chocante e perturbador". Manuel Lopes Rocha elogia, no entanto, os esforços das principais empresas informáticas "contra estes conteúdos perturbadores", referindo como exemplo a "aliança" entre Google e Microsoft para remover conteúdo pedófilo da rede.
CLIQUE NA IMAGEM ABAIXO PARA LER A NOTÍCIA 'POLÍCIA AMERICANA AJUDA JOVEM SUICIDA ATRAVÉS DO FACEBOOK'
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