Vítima estava a trabalhar num campo de produção agrícola, quando os rebeldes o surpreenderam em plena atividade.
Pelo menos um homem foi decapitado por alegados terroristas, terça-feira, no posto administrativo de Ocua, na província moçambicana de Cabo Delgado, levando à fuga da população, disseram esta quarta-feira à Lusa fontes da comunidade.
"Decapitaram um homem, na zona de produção de Pavala, em Ocua", disse uma fonte local, a partir da vila sede do distrito de Chiúre, a 30 quilómetros de distância da aldeia atacada, para onde várias famílias fugiram a pé nas últimas horas, enquanto outras vão caminhando para sul, em direção à província vizinha de Nampula, e outras procuram refúgio em missões locais.
A vítima foi decapitada em Ocua, posto administrativo que separa as províncias de Cabo Delgado e Nampula. Estava a trabalhar na machamba, campo de produção agrícola, quando os rebeldes o surpreenderam em plena atividade, provocando a fuga de famílias inteiras.
"A população está a abandonar, algumas pessoas fugiram para Chiúre e outras estão a ir para Namapa, em Nampula", relatou ainda a mesma fonte. Elementos associados ao grupo extremista Estado Islâmico reivindicaram um ataque, na quinta-feira, à aldeia e ao posto policial de Chiúre Velho, igualmente no sul da província de Cabo Delgado, com armas automáticas, levando material do seu interior.
A reivindicação, feita através dos canais de propaganda, é documentada com um vídeo, em que os rebeldes, alegadamente pertencentes ao grupo Ahlu-Sunnah wal Jama`a (ASWJ), surgem a disparar rajadas de tiros de metralhadora e entram naquele posto policial, garantindo ter levado material, após queimarem uma viatura e "libertarem presos muçulmanos", com registo de pelo menos uma pessoa decapitada no centro da localidade.
Oficialmente, agências no terreno contabilizaram pelo menos 34.000 novos deslocados só entre 20 e 25 de julho, devido a novos ataques insurgentes, nos distritos de Chiúre, Ancuabe e Muidumbe.
Só em Chiúre sede, a onda de deslocados que se avoluma desde quinta-feira, atinge - segundo estimativas avançadas no local à Lusa -, as 3.500 famílias, distribuídas por casas de familiares, mas sobretudo por dois centros temporários em duas escolas da vila, esta semana sem aulas. Na EPC dos Coqueiros estão mais de 1.900 famílias, que desde terça-feira começaram a receber ajuda humanitária das agências das Nações Unidas, no mesmo recreio em que as mulheres cozinham de forma improvisada e centenas de crianças brincam quase normalmente, numa escola sem aulas.
A província de Cabo Delgado, no norte do país, rica em gás, enfrenta desde 2017 uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas.
Pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos no norte de Moçambique em 2024, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo estudo divulgado em fevereiro pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS).
De acordo com aquela instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano, que estuda assuntos relacionados com a segurança em África, esta "recuperação dos níveis de violência" em Moçambique "reflete a estratégia" do grupo ASWJ -- afiliado do EI, a operar na província de Cabo Delgado - de "alargar o conflito, deslocando-se para o interior e para áreas mais rurais".
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