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Carlos Rodrigues

Carlos Rodrigues

Diretor

Bilhete Postal

06 de dezembro de 2023 às 00:32

Dois dias depois já é possível analisar com alguma frieza a declaração do Presidente sobre o caso das gémeas luso-brasileiras. Foi um momento ímpar na nossa comunicação política: num espaço espartano, sem qualquer solenidade, com o eco a distorcer a voz, Marcelo apareceu despojado de toda a simbologia do poder. O chefe de Estado explicou o resultado da investigação que fez em Belém. Foi claro, detalhado, pareceu seguro relativamente a datas e a factos, e estava escorado no rasto dos documentos, que enviou para o Ministério Público. De tudo o que se apurou até agora, o comportamento do Presidente da República naqueles dias situa-se dentro dos limites da razoabilidade. Ao revelar que endossou o tema para o gabinete do primeiro-ministro, a investigação passa a ser transversal a Belém e a S. Bento. Seria bom que o Governo fizesse o mesmo que o chefe de Estado: que investigasse os ministérios, coligisse os documentos e partilhasse as conclusões com o País e com a Justiça. Dúvidas: depois dos emails de Belém, o que se passou no gabinete do primeiro-ministro? O que fez o Ministério da Saúde? O que apressou o registo de nacionalidade das crianças? Só a fita do tempo mostrará a verdadeira dimensão ética e legal de tudo o que se passou.

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