Bilhete Postal

O PSD tudo fez para voltar a colocar o Orçamento do Estado no centro do debate político. A nova leva de propostas sobre o IRC foi uma vã tentativa de tirar o INEM das notícias e das análises, e afastá-lo do topo da agenda mediática, como agora gostam de dizer os políticos. Percebe-se e entende-se o movimento, porque, para o Governo, é muito mais confortável discutir a viabilização das contas do Estado do que as falhas do socorro e das urgências, ou outros detalhes gravosos do Sistema Nacional de Saúde, que continua sem solução. Em boa hora o líder do PS percebeu tudo, resistiu à tentação de reabrir o que já está resolvido e apressou-se a reiterar que não há drama com o Orçamento, ele passa em qualquer circunstância, conforme anunciado pelos socialistas. Pedro Nuno Santos começa a tornar-se um líder da oposição hábil a ler as preocupações da maioria dos portugueses, e contra quem é cada vez mais difícil lançar uma armadilha política com sucesso.

Hoje, quero deixar uma nota final para Pedro Guerra, que nos deixou aos 58 anos, vítima de uma doença traiçoeira. O percurso de comentador desportivo implacável transformou-o numa figura polémica. Passou pela nossa televisão em duas temporadas distintas. Na parte final, os telespectadores assistiram à luta contra a doença até não conseguir mais. A CMTV envia as mais sinceras condolências à família enlutada.