Nesta altura do ano, à falta de pior, a imprensa quer saber o que as ‘figuras públicas’ leem nas férias.
Geralmente, as listas são – no mínimo – curiosas, e impraticáveis, oscilando entre os três ou quatro títulos mais falados nos últimos tempos, ou uma carga de ‘clássicos para reler’, entre os quais há de haver o inevitável Proust e, se tivermos sorte, um russo (Tosltoi) ou um apátrida (Mann ou Zweig).
Como há 90 anos morria, a cem quilómetros de Londres (em Northampton, a 14 de junho de 1927), um dos autores mais ‘estivais’ da literatura europeia, eu recomendo que procurem Jerome K. Jerome e ‘Três Homens num Bote’, com o subtítulo ‘Já para Não Falar do Cão’ (há quatro edições: Alma dos Livros, BEI, Cotovia e da velha Unibolso – nos alfarrabistas): se a ideia era fazer uma descrição da topografia e botânica do rio Tamisa através de uma viagem de três passageiros improváveis (George, Harris e Jerome), tudo se transforma numa soma de incidentes e peripécias cómicas.
Se me perguntarem que livro levo de férias, menciono sempre este, mesmo que o não releia. Todos os anos.
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