A política é a mais cruel das atividades. Passos Coelho herdou, entre 2010 e 2011, um défice de 10% do PIB e uma economia a cair 2% ao ano e entregou, em 2015, um défice de quase 4% e uma economia a crescer 1,5%.
É verdade que ainda foi o mais votado nas eleições de 2015, mas isso não lhe serviu de nada, graças à aliança que PS, BE e PCP tiraram da cartola. E, se fosse hoje, perderia certamente eleições no confronto direto com António Costa.
Agora, veio a agência Standard & Poor’s (S&P) retirar a notação da dívida pública portuguesa da classificação de "lixo" e logo teve Passos de ouvir lições de moral de Costa e dos partidos que o apoiam.
Para Costa, foi o "virar de política que permitiu virar a página do lixo" e para Catarina Martins, o resultado só foi possível porque o Governo fez "o contrário" do que a direita e as próprias agências queriam.
Ora, já todos percebemos que o Governo não "virou" nenhuma política nem fez "o contrário" do que antes tinha sido feito. Fez essencialmente o mesmo, através de outros instrumentos, tendo-lhe caído no colo uma economia a crescer que não deve nada à sua política. Mas, nestas coisas, o "timing" é tudo e o "timing" permite semelhantes bravatas.
A subida de notação é boa no imediato, permitindo que o Estado (e as empresas) se endividem a juros melhores. Mas convém lembrar do que falamos quando falamos de agências como a S&P.
Foram elas que classificaram como excelentes as dívidas de países praticamente até ao dia anterior da eclosão da crise de 2007-2008 ou de empresas pouco antes da sua falência.
Foram elas que durante anos ajudaram à ficção de que a dívida portuguesa era tão boa como a alemã, assim contribuindo para a crise do euro.
Agradeça-se a simpatia, mas lembre-se que, se tivemos uma crise, também o devemos à incompetência da S&P e congéneres. Elas continuam incompetentes. E nós?
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