Confinado por conta da Covid, isolado por convicção, David segue atento nas televisões a noite eleitoral. Sem surpresa, fechadas as urnas, vê o Marcelo de sempre: a ida ao restaurante comprar o jantar e a estória dos três discursos, dois deles como exercícios de estilo, se é que realmente os chegou a escrever. Sempre sem surpresa, vê Marisa e Ferreira confinarem-se abaixo do que BE e PCP (ainda) valem. Com desconfiança, percebe Mayan a ser levado ao colo pelas sondagens e, ainda sem surpresa, sorri ao constatar a popularidade do popular Tino de Rans, que embolsa muitos votos em muitas freguesias, menos em Rans. Mas o suspense é outro. Ao jeito de jogo de futebol com prolongamento, assiste meditativo ao taco-a-taco de Ana Gomes com André Ventura. Quando se soltam os resultados finais dá-lhe para vasculhar nos recantos da memória. E lá está: em 1932, os alemães vão votar para o Reichstag, o parlamento alemão. Eleições antecipadas para tentar resolver a profunda crise política/económica existente, resultante de um impasse no parlamento, que impossibilita a formação de um governo estável com maioria. Duas forças impedem o entendimento político: o Partido Comunista e o Partido Nazi. Ganha o partido de Hitler, que duplica a sua base de apoio (passa de 18% para 37%), ainda que sem maioria absoluta. Criado 12 anos antes, o Partido Nazi começa sem grande expressão eleitoral mas, graças à profunda crise económica, vai-se insinuando no espírito do povo, com apelos directos ao orgulho germânico e com um discurso simplista, autoritário, populista e xenófobo. Em 1933, aparentemente sem alternativas, o presidente Hindenburg investe Hitler como chanceler. Depois, foi o que se viu e a História nos conta. Hitler decreta a ilegalização dos outros partidos políticos e toma o poder absoluto na Alemanha.
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