Um dos maiores mistérios da ‘Operação Marquês’ é o temor de alguns em torno de uma eventual limitação das garantias de defesa. Esta ideia é um pouco peregrina, diga-se. Onde PSD e PS estão de acordo é no ataque às violações do segredo de justiça, leia-se a jornalistas e às profissões forenses, o que acaba por ser mais uma forma de colocar Sócrates no lugar onde quer, que é o da manipulação da condição de vítima, obviamente falsa.
Não se espera, portanto, nenhuma restrição das garantias. Que é o mesmo que dizer que uma parte da elite política vive bem com os factos da defesa de Sócrates: mais de 100 recursos, para cima de 70 incidentes de recusa, suspeição, impedimento. Mais de 300 magistrados inibidos de voltar a intervir no processo. Só boas notícias para quem tenciona esticar o seu depoimento para lá de setembro. Caso, claro, o tribunal o consinta, o que, no seu contrário, promete ser uma decisão a exigir a maior coragem do coletivo.
Não só leva com a gritaria de Sócrates, do comentariado que ainda o protege e das personalidades muito aferradas à ideia de que lutamos contra uma justiça de trevas, digna da simbologia analítica tremendista de Michel Foucault para defender um alinhamento contemporâneo da ideia de justiça e penas pela obra iluminista de Beccaria. Enfim, tanta ingenuidade já enjoa um bocadinho.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
Ventura transformou-se numa anedota, o pior que pode acontecer a um político.
Descansemos que Gouveia e Melo vai limpar os estábulos de Augias.
Esse passado de negligência nos equipamentos públicos, afinal, não ficou lá atrás.
A falta de manutenção de pontes e estradas vinha dos Governos de Cavaco Silva.
"Netanyahu não ouve ninguém", disse Borrel. É altura de a UE o fazer ouvir.
Anda tudo a dormir o sono pesado da canção do bandido.