A presença de narcotraficantes num cargueiro ao largo da costa portuguesa mostra o nível da ameaça do tráfico de cocaína ao estado de Direito. Portugal tem, ainda que de forma larvar, todos os problemas que afetam Espanha e França. O mar é apenas uma ponta da realidade. É sobretudo na corrupção que mina portos e prisões; na fragmentação dos grupos de traficantes, muito mais numerosos, muito mais ricos e muito mais violentos; na capacidade tecnológica que possuem; na banalização dos contratos para matar; no domínio de zonas urbanas onde desafiam a soberania própria de um país.
Acontece tudo isto em França, onda atacam prisões, polícias, magistrados e quem lhes aparece à frente. Marselha é uma cidade a ferro e fogo. Acontece assim em Espanha, que tem toda a fronteira da Andaluzia à Catalunha transformada num vasto narcoterritório. Por cá, com exceção da PJ, alguns magistrados e especialistas, anda tudo a dormir o sono pesado da canção do bandido. Muitos acreditaram que bastava um xerife na fronteira marítima Sul a apanhar lanchas, bidões de combustível e alguns fardos. Não basta. É preciso mais informação, cooperação nacional e internacional, tecnologia, leis mais expeditas no confisco de bens, mais e bons investigadores, utilização articulada dos meios aéreos e navais das Forças Armadas ao serviço da investigação criminal e não de projetos de afirmação política. Sem isso, adivinham-se tempos cada vez mais difíceis.
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Anda tudo a dormir o sono pesado da canção do bandido.
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