Atragédia do Elevador da Glória vai marcar a memória de Lisboa e do País para sempre. Como o incêndio do Chiado, a estrada da morte nos fogos de Pedrógão ou a queda da Ponte de Entre-os-Rios. Bem sabemos que os acidentes acontecem e nem sempre a negligência é a sua origem. Mas há um padrão insuportável. Nunca se consegue responsabilizar ninguém em termos objetivos, com exceção da responsabilidade política assumida por Jorge Coelho em Entre-os-Rios. Há comissões, investigações, inquéritos, até julgamentos, mas os responsáveis, que agem em nome do Estado ou de grandes empresas concessionárias de serviços públicos, escapam sempre. O desinvestimento na manutenção das pontes secundárias provou-se. Nada aconteceu no plano político. No julgamento, os seis arguidos foram absolvidos.
A mesma lógica branqueadora isentou o Estado e empresas como a EDP nos incêndios de Pedrógão. Esperemos que a tragédia do Elevador da Glória seja diferente. Que se chegue a alguma conclusão e que, se existir negligência ou crime, estes sejam imputados a alguém, pessoa ou instituição. Para que não se junte a impunidade crónica à devastadora imagem de um País que, no meio da euforia do crescimento turístico sem limites ou reservas, descobre um Estado frágil, incapaz de olhar por equipamentos centenários, que esconde os problemas, como fizeram a Carris e a Câmara de Lisboa em 2018, quando aconteceu o primeiro descarrilamento.
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