Vale a pena recordar as palavras de Josep Borrell, ex-chefe da diplomacia europeia, proferidas no início de junho, a propósito da tragédia na Faixa de Gaza. "Mas onde é que está a liderança europeia? Eu gostaria muito de ter um líder na Europa que, perante os massacres em Gaza, diga 'não'". O drama palestiniano não tem sido prioridade na agenda da Comissão Europeia, mais preocupada em descobrir novos pacotes de sanções à Rússia, que não dão em nada, em lugar de procurar um caminho que devolva a paz aos ucranianos, mas vai estar em cima da mesa esta semana, em Estrasburgo, no regresso ao trabalho do Parlamento Europeu.
Ursula von der Leyen vai falar sobre o estado da união e a sucessora de Borrell, Kaja Kallas, debater com os eurodeputados a ação da UE para combater a fome em Gaza, a necessidade de libertar os reféns e avançar para uma solução de dois Estados. É, provavelmente, a última oportunidade da casa dos 27 chamarem Israel à razão, pressionando o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, com palavras e ações, a recuar na destruição do pouco que resta no enclave e devolver a paz ao território palestiniano. Em fevereiro de 2024, ainda no exercício do mandato, Borrell, visivelmente angustiado e desiludido com os acontecimentos na Faixa de Gaza, nada comparáveis com o que se seguiu, desabafou: “"Netanyahu não ouve ninguém”. É altura de a Europa o fazer ouvir.
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"Netanyahu não ouve ninguém", disse Borrel. É altura de a UE o fazer ouvir.
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