A ex-secretária de Estado da Saúde Vaz Tomé, atual deputada, é a nova presidente do Metro. Vai ganhar acima dos dois dígitos, incluindo as devidas mordomias. O salário não sofrerá de ‘anemia’ e o mundo em geral padecerá de ‘amnésia’ em relação a ela, como um dia quis dizer a um jornalista, engasgando-se, porque toda a gente já se esqueceu das complicações que montou. Os contratos precários também nunca foram um problema seu. Os bancos de horas e o trabalho por turno não se lhe aplicam. Nunca terá de pagar a sua defesa em litígios laborais porque deve ter um seguro qualquer. O despedimento, de qualquer modo, não é coisa que a atormente. Não só terá salvaguardado indemnizações como, misteriosamente, movimenta-se numa esfera de influência política, social, económica e religiosa, num lóbi, portanto, onde a solidariedade entre pares funciona. Esta ‘girl’ da AD está a salvo do pacote laboral. Também da responsabilidade civil extracontratual que lhe pudesse exigir indemnização pela manifesta incompetência que mostrou na Saúde. Em particular no desastre que foi a gestão do INEM. Está a salvo da crítica política e da justiça, ninguém lhe pede contas, vigora uma ‘amnésia’ compensadora para esta doutora. Foi despedida, mas rapidamente reintegrada. Mostra bem como o pacote laboral é bom, mas para aplicar aos outros. Ao mundo em geral, não à casta que se protege no âmago do poder. Viva o pacote laboral!
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