Jorge Pinto vetaria pacote laboral do Governo caso fosse eleito

Candidato presidencial mostrou-se crítico das declarações do primeiro-ministro, considerando a greve um oportunismo do PCP e do PS.

10 de novembro de 2025 às 18:47
Jorge Pinto Foto: Fernando Coelho/Lusa
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O candidato presidencial apoiado pelo Livre, Jorge Pinto, garantiu esta segunda-feira no Porto que vetaria o pacote laboral anunciado pelo Governo caso fosse eleito nas próximas eleições, considerando ser uma medida inconstitucional.

Em declarações à margem da campanha de recolha de assinaturas da sua candidatura, Jorge Pinto, quando questionado sobre as declarações do primeiro-ministro sobre a greve anunciada para 11 de dezembro, considerando-a como um oportunismo do PCP e do PS, afirmou-se muito crítico das afirmações do governante.

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"Oportunismo político é, se calhar, apresentar mais de 100 propostas de alteração à lei do trabalho sem ter anunciado isso no seu programa eleitoral, oportunismo político é tentar fazer isto ao arrepio daquilo que é a vontade e os desejos e as ânsias legítimas dos trabalhadores. Isso sim é oportunismo, isso sim é aproveitamento político", considerou o candidato apoiado pelo Livre

E prosseguiu: "eu, enquanto Presidente da República (...) a primeira coisa que faria era pedir uma verificação destas propostas de alteração, porque há várias delas que levantam legítimas dúvidas quanto à sua constitucionalidade. Eu, caso a Constituição não fosse respeitada, apresentaria um veto político".

O primeiro-ministro considerou no domingo que a greve geral convocada por CGTP e UGT "é incompreensível", dizendo que apenas serve para "olhar para interesses" do PCP e do PS, o que "não fica bem" ao movimento sindical.

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"Francamente, não consigo vislumbrar outra razão para esta posição das centrais sindicais que não seja olhar para interesses que, do meu ponto de vista, não deviam ser os prevalecentes, que é o interesse dos partidos que estão, sobretudo, ligados à gestão das duas centrais sindicais", afirmou Luís Montenegro.

Mantendo o tom crítico, Jorge Pinto considerou que o pacote laboral em discussão representa "um retrocesso" como há décadas não se via "nos direitos laborais dos portugueses", precisando tratar-se de "ataques aos trabalhadores, mas ataques também às suas famílias, porque está a ser atacado o seu direito ao tempo, à possibilidade de passar mais tempo com a família".

"Estamos a falar de facilitar despedimentos, de ataques à lei das greves, de dificultar o acesso à reintegração laboral em caso de despedimento. É um ataque brutal, como há muitas décadas não víamos e o facto de termos uma greve geral das duas centrais intersindicais anunciada, algo que não acontecia há mais de 10 anos, mostra bem o que está em causa", enfatizou o candidato.

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Também questionado sobre as afirmações em torno do mesmo pacote laboral do candidato apoiado pela IL João Cotrim de Figueiredo, sobre os alegados "benefícios da precariedade" , Jorge Pinto desafiou o candidato "ir falar com quem já é precário e perguntar-lhes com que facilidade é que conseguem um empréstimo no banco, com que facilidade é que conseguem assinar um contrato de arrendamento de uma casa".

Sobre o momento de campanha à porta da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Jorge Pinto afirmou querer estar com todas as pessoas, mas que, relativamente aos jovens estudantes, a mensagem "é que se estão desiludidos, juntem-se a esta campanha" que o acompanhem e transforme "essa desilusão em esperança e em políticas concretas".

As eleições estão marcadas para 18 de janeiro de 2026.

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