Medo de Catarina assusta Bolsa
Ações da Banca caem a pique após declaração da líder do BE.
A Bolsa de Lisboa foi a praça europeia que segunda-feira mais caiu, com os investidores assustados com as declarações de Catarina Martins e António Costa no final da reunião entre BE e PS. O principal índice, o PSI 20, recuou mais de 3%, com o setor bancário a sair fortemente penalizado.
O deslize acentuou-se quando a porta-voz do BE anunciou que "o Governo de Passos Coelho e Paulo Portas acabou" e quando António Costa admitiu que estavam reunidas condições para "aproximar posições e reduzir divergências". Vários analistas admitem que a queda é simultaneamente "uma correção" às subidas da última semana e uma resposta "à instabilidade provocada pela possibilidade de um Governo de esquerda" em Portugal.
Na segunda-feira, a coligação PSD/CDS enviou a António Costa um "documento facilitador" com vinte medidas adaptadas do programa do PS para a negociação de um acordo de governação. "Reúne soluções inteligentes em áreas como a Segurança Social, Função Pública e rendimentos", disse ao CM fonte social-democrata, sublinhando que a intenção de Passos e Portas é redirecionar a discussão "para o centro". "Vai ficar claro que só não há entendimento se Costa não quiser."
A mesma fonte diz que a coligação está disposta a acelerar a devolução dos rendimentos no Estado e o fim da sobretaxa, a deixar cair o corte de 600 milhões nas pensões e aceitar a proposta socialista de diversificar as receitas da Segurança Social. A intenção é ajustar a folga no défice de 2016 – o Governo tinha traçado a meta de 1,8% em abril – para acomodar as medidas de Costa.
No PS, há quem acredite que o líder socialista está a considerar convocar um referendo interno para viabilizar acordos de governo à esquerda.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt