"O centralismo é um dos maiores falhanços do pós 25 de Abril": Rui Rio no discurso do 39º Congresso do PSD
Presidente do PSD referiu que "o País tem que se envergonhar das suas assimetrias regionais".
O presidente social-democrata, Rui Rio, disse esta sexta-feira que o PSD "não é o seu presidente" nem os seus dirigentes, mas sim as bases do partido, que "de forma livre e desinteressada" todos os dias "lutam por Portugal".
No discurso de abertura do 39.º Congresso Nacional do PSD, que decorre até domingo em Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro, Rui Rio começou com uma homenagem ao antigo deputado António Topa, que morreu há pouco mais de um mês, e um agradecimento a todos os militantes do partido.
"O PSD não é o seu presidente, nem, tão pouco, os seus dirigentes. O PSD são as suas bases, que, de forma livre e desinteressada, todos os dias, lutam por Portugal, através do nosso partido - que, todos os dias, afirmam a social-democracia, como via para o desenvolvimento, ou seja, para a liberdade, para a justiça social, para a igualdade de oportunidades e para o respeito e tolerância com as diferenças", afirmou.
O PSD não é o seu presidente , nem os seus dirigentes. o PSD são as suas bases
O discurso de Rui Ri oé marcado pela importancia da descentralização. Nesta matéria, Rio atirou farpas ao Partido Socialista acusando-o de ser uma desilusão nas ações e é "por isso é que pouco ou nada se faz no nosso País". "Na hora da verdade o PS não honra a palavra", acrescentou.
O Social-democrata referiu que "o País tem que se envergonhar das suas assimetrias regionais, temos de ir para o Governo para agarrar esse dossier com coragem e combater as politicas socialistas". "O centralismo é um dos maiores falhanços do pós 25 de Abril", disse Rui Rio.
O presidente do PSD reiterou a defesa do posicionamento do partido ao centro, considerando que os sociais-democratas têm de estar "sempre disponíveis para corrigir os excessos, sejam eles de direita ou de esquerda".
"Não somos ideologicamente amorfos, nem subscrevemos as teses do fim das ideologias. Uma coisa, é perceber que o pensamento clássico evoluiu e não se coaduna totalmente com a realidade que vivemos. Coisa diferente, é subordinar a governação de um país a um tecnicismo despido de ideologia e de preocupações com as pessoas e com aqueles que, em cada momento no seu percurso histórico, são os seus valores, os seus princípios éticos e as suas justas aspirações", afirmou, no seu discurso de abertura do 39.º Congresso do PSD.
O líder do PSD salientou que, se ser social-democrata em 2022 "não é o mesmo que o ter sido há 50 anos atrás", "os princípios e os objetivos que norteavam a social-democracia permanecem, hoje, rigorosamente os mesmos".
"Há momentos em que a social-democracia tem de ter respostas de perfil mais à direita, e outros em que o faz com uma postura mais à esquerda. E é assim que tem de ser, precisamente porque nos colocamos ao centro e, por isso mesmo, temos de estar sempre disponíveis para corrigir os excessos, sejam eles de direita ou de esquerda", disse.
Rio rejeitou que o partido seja liberal no sentido de "minimizar ou até desprezar o Estado", mas é "pela total e completa liberdade individual, quando ela não é limitadora dos direitos de todos e de cada um".
"É, por isso, que, ainda hoje, tantos anos volvidos, aquele que mais me inspira é o mesmo que sempre mais me inspirou: Francisco Sá Carneiro. A sua frontalidade, coerência, e coragem, aliadas aos períodos em que viveu a sua vida política, fizeram dele e da sua memória um farol para todos os sociais-democratas", afirmou.
Rio deixou ainda um elogio ao militante nº 1 do partido, Francisco Pinto Balsemão, à cabeça, e uma palavra pelo histórico assessor do partido, Zeca Mendonça.
O presidente do PSD, Rui Rio, apontou como objetivo para o partido vencer as legislativas de 30 de janeiro para "governar Portugal com o rigor e coragem" que acusou o PS de não ter tido nos últimos seis anos.
"O Partido Social Democrata propõe-se ganhar as próximas eleições de janeiro e governar Portugal com o rigor e a coragem que tanto nos tem faltado. Governar Portugal com a visão reformista que uma sociedade dinâmica e em constante mutação exige a quem se propõe governá-la", afirmou Rio, no discurso de abertura do 39.o Congresso do PSD, numa passagem que mereceu aplausos da sala.
O presidente do PSD, que centrou o seu discurso em áreas como a descentralização e a justiça, prometeu dedicar mais tempo na intervenção de encerramento a setores como a economia, na saúde, na educação ou no ambiente.
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